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Sindicatos consideram que ano será difícil para aumentos de salários no Amazonas



Representantes de patrões e de trabalhadores afirmam que enfrentarão dificuldades para oferecer ou obter ganhos acima da reposição inflacionária

Com projeção de alcançar quase 7% em 2015, a inflação deve atrapalhar as negociações salariais das principais atividades econômicas do Amazonas. Representantes de sindicatos patronais e de trabalhadores da indústria, construção civil afirmam que será um ano difícil para oferecer ganhos acima da reposição inflacionária, deixando pouco ou nenhum espaço para aumentos reais nos salários.

O último boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostra que os investidores e analistas do mercado financeiro ainda visualizam uma inflação resistente em 2015, com projeção de fechamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano em 6,99%.

Além disso, uma pesquisa mais recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o empresariado brasileiro está menos motivado a fazer investimentos, completando o cenário nada favorável.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Manaus (Sinmen), Athaydes Mariano Félix, apesar de muito cedo para tratar do assunto – a data-base da categoria é 1° de agosto – o cenário é preocupante.

“Normalmente, temos repassado não só inflação, mas nos últimos oito anos, um aumento real forte acumulado, correspondente a 40%. Como tudo reflete a situação do mercado, provavelmente esse ano pode acontecer o reverso. Poderemos rever toda a estrutura de custo, inclusive os salários. Possivelmente, repassaremos valores menores do que ano passado, mas vamos nos esforçar para garantir pelo menos a reposição da inflação”, adiantou Félix.

Representante dos trabalhadores da categoria, Valdemir Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus (Sindmetal), também concorda com o cenário nada positivo, mas afirma que grande parte do sucesso das negociações salariais está nas mãos dos sindicatos dos trabalhadores, e que não há legislação que obrigue as empresas a darem ganho real.

“Os trabalhadores pensam que, com a inflação alta automaticamente tem que ser dada a reposição. Mas devemos lembrar que as empresas do Distrito faturam muito e possuem muito lucro. Existem montadoras onde o custo com salários não chega a 2% do faturamento. Uma boa negociação depende da mobilização do sindicato e dos trabalhadores”, afirmou.

Construção civil


A construção civil, que enfrentou uma estagnação em 2014 e demitiu cerca de 5 mil trabalhadores, ano passado, também terá uma negociação “difícil” em 2015, conforme o presidente do sindicato da categoria (Sinduscon), Eduardo Lopes.

“Acredito que se houver reposição salarial já vai ser um ganho grande para trabalhadores, porque o quadro da economia atual é muito ruim. Vai ser uma negociação difícil e não vejo probabilidade de ganho real para os trabalhadores”, salientou Lopes. Em 2014, os operários obtiveram ganho real de 1,5% a 2%.

Lopes avalia que não somente a inflação alta será a responsável pelos ganhos menores neste ano, aliada à perspectiva de menor número de lançamentos no mercado, que não mostra sinais de aquecimento. “As empresas estão com dificuldade nos recebimentos das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do ‘Minha Casa Minha Vida’. O governo federal deveria diminuir os custos, a quantidade de funcionários comissionados e mais dinheiro para investimento. Mas ao que parece vão fazer tudo o contrário”, avalia.

Comércio e Serviços

Se em outros setores o sentimento é de dificuldade na negociação, para os trabalhadores do comércio, que conseguem apenas pequenos ganhos reais, este ano não será diferente.

Para o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, ao invés de um desgastante processo de negociação, o setor deve fazer como nos anos anteriores e oferecer ganho real, mesmo que pequeno.

“Esse ano teremos aumentos por conta de taxa de juros, variação cambial, aumento de energia, de combustível, então na convenção coletiva entendemos que é necessário repor, é uma coisa justa. Sempre alcançamos um nível acima da perda inflacionária e esse ano não deve ser diferente. Esses aumentos só sacrificam o trabalhador e o que nós estamos preocupados é que o governo resolva seus gastos excessivos, mas faça sua parte para manter a economia”, disse.

Preços em alta reduzem poder de compra


O principal efeito do aumento da inflação e ausência de ganho real, na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Marcus Evangelista, é o estrangulamento do poder de compra do trabalhador. Para ele, isso faz necessário que o assalariado busque alternativas para incrementar seu orçamento.

“O aumento da inflação gera bastante preocupação porque o índice está ficando acima de qualquer aumento de salário. As negociações precisam levar em consideração que o poder aquisitivo do assalariado está ficando menor a cada período. A inflação está ficando sem controle. Cabe ao trabalhador buscar alternativas para tornar seu rendimento maior possível e ele só consegue isso estando atento ao seu orçamento”, aconselhou.

Para Evangelista, o governo está fazendo suas tratativas, mas, se estivesse no caminho certo, a inflação estaria controlada. O economista também é da corrente que defende cortes substanciais nos gastos públicos ao invés de medidas para aumentar a arrecadação.

“Uma das tratativas do governo é frear o consumo. Freando o consumo as empresas não conseguem vender e isso complica para o emprego. Os dois lados (trabalhadores e patrões) devem ter ciência disso. É uma livre negociação e, infelizmente, sempre sobra para o lado mais fraco”, declarou o economista.

Fonte: D24AM



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