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  13/11/2023


Quilombolas, indígena e trabalhadores rurais sem-terra; Brasil registra 7 mortes em um fim de semana



 

Quilombolas, indígena e trabalhadores sem-terra foram assassinados(as) somente no último fim de semana no Brasil. A violência no campo avança no ritmo da expansão do agronegócio. É o que vem apontando ao longo dos anos uma série de indicadores como os da Comissão Pastoral da Terra (CPT). No total, foram sete assassinatos.  

 

No domingo (12), quatro quilombolas foram mortos a tiros na comunidade Casinhas, zona rural de Jeremoabo, sertão da Bahia (a 385 quilômetros de Salvador). As vítimas foram Flavia Nunes de Jesus, 32, Dominga Maria de Jesus Silva, 68, Judite Angelina de Jesus Santos, 74, e Eguinaldo de Jesus Silva, 43. A família foi encontrada em um carro na estrada que dá acesso ao povoado. Uma quinta pessoa foi ferida, mas foi socorrida, conforme informações de A Gazeta.

 

A comunidade de Casinhas foi certificada em 2010 como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares e, desde então, luta pela titulação das terras.

 

Segundo dados da CPT, a Bahia registrou 99 conflitos agrários no ano passado. Ao todo, 27 pessoas foram ameaçadas de morte devido aos conflitos e três foram assassinadas. Em 2023, foram registradas mais três mortes violentas de indígenas e quilombolas. Dados da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) apontam que, pelo menos, 11 quilombolas foram assassinados na Bahia nos últimos dez anos.

 

Neste ano, no Maranhão, ocorreu também a morte a tiros, no dia 27 de outubro, do presidente da comunidade Jaibara dos Rodrigues, na zona rural de Itapecuru-Mirim (a 108 km de São Luís), José Alberto Moreno Mendes, de 47 anos. De acordo com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema), José foi o décimo quilombola assassinado no Estado entre 2020-2023.

 

MST na PB

 

Dois membros do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra da Paraíba (MST/PB) foram alvos de um ataque a tiros, no sábado (11), no sítio Rancho Dantas, na zona rural de Princesa Isabel, no sertão paraibano. O coordenador do acampamento, Aldecy Viturino Barros, de 44 anos, foi assassinado enquanto fazia reparos o telhado da casa do pai de Ana Paula Costa Silva, de 29 anos, também vítima do atentado, de acordo com a Polícia Civil.

 

Em nota, o MST pediu justiça, identificação dos autores e celeridade nas investigações. De acordo com o movimento, Ana Paula era acampada e tinha três filhos, e Aldecy Viturino, dois filhos. Moradores relataram que eles foram assassinados por dois homens que chegaram em uma motocicleta. Estabelecido desde 2008, o acampamento onde ocorreu as mortes abriga 22 famílias.

 

Essas não são as primeiras mortes registradas neste ano de trabalhadores(as) sem-terra. No dia 5 de novembro, o agricultor e acampado do MST, Josimar da Silva Pereira, 30 anos, foi assassinado a tiros na cidade de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. O agricultor integrava o acampamento que pede pela desapropriação do Engenho São Francisco, em um pleito que já dura 29 anos.

 

Em nota, o MST disse que nos dias 3 e 4 de novembro um incêndio criminoso atingiu uma área de cana-de-açúcar que fica perto do acampamento. Coordenadores tentaram registrar um boletim de ocorrência, mas não conseguiram. “O MST exige que os órgãos competentes acelerem as investigações e encontrarem os culpados desse crime, para que sejam punidos”, afirmou o movimento em nota.

 

O MST informou, na época, que a morte de Josimar ocorreu um dia antes da visita do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ao acampamento.

 

Indígena no PA

 

Na sexta-feira (10), o indígena Agnaldo Turiwara foi assassinado a tiros na divisa dos municípios do Acará com Tailândia, na região do Baixo Tocantins, nordeste do Pará. O ataque ocorreu em terras com plantações de dendê que a empresa Agropalma afiram ser proprietária. Outros dois indígenas também sofreram embocada, mas escaparam com vida: Jonas e José Luís, conforme informações de Ver-o-Fato.

 

O trio fazia parte de um grupo indígenas que adentrou por trilhas na região em busca de alimentos, quando foram surpreendidos pelos seguranças da empresa. A Agropalma havia proibido a caça e a pesca nas terras. O Ministério Público Federal (MPF) no Pará informou que a procuradora da República Meliza Alves Barbosa Pessoa requisitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar o caso. Em comunicado enviado à imprensa, a Agropalma afirmou que aguarda "investigação dos fatos pelos órgãos competentes. A empresa se coloca à disposição das autoridades e irá colaborar com a elucidação dos acontecimentos".

 

Fontes: CSP-Conlutas, Agência Brasil, A Gazeta, Notícia Paraíba e G1

 

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil 

 



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