14/03/2024 - por José Alcimar de Oliveira

01. É preciso afirmar o estatuto político do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. Contra a ideologia festiva da burguesia, é preciso afirmar a determinação classista de luta da mulher trabalhadora.

02. Mais do que festejar um dia, a cada ano capitalizado pela opressão machista e patriarcal, o 08 de março é dia de trazer à memória a luta contra o poder do esquecimento, para aqui recorrer a Milan Kundera.

03. Dia de lutar contra a domesticação promovida pela ideologia dos eventos e do consumo, no ritual reificado e a cada ano repetido de dar e receber presentes vazios.

04. O 08 de março de cada ano é dia de reafirmar a luta, a alegria e a esperança de cada mulher que se organiza como classe, que luta com classe, num devir libertário que se recusa ao alienado e alienante costume (capitalista) de abstrair da memória a dura e severina vida cotidiana das mulheres trabalhadoras.

05. Outro é o devir da luta das mulheres trabalhadoras. Ao dialetizar o dia 08, o devir da luta resiste e escapa à fixação do tempo administrado pela cronologia do capital. Para recorrer a Marx, o tempo (da luta) é o espaço da formação humana (e de organização da classe).

06. Neste 08 de março de 2024, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora e de Luta, da mulher que continua na luta em defesa dos direitos da mulher e contra todas as formas de exploração, opressão e discriminação produzidas pelo sistema do capital, seguem rosas vermelhas de luta de duas mulheres irredentas e referenciais para a história da luta classista:

07. Rosa Luxemburgo (1871-1919) e Elizabeth Altino Teixeira, nascida em 1925 e 99 completados no dia 13 de fevereiro de 2024. Parte essencial da luta é dar base material ao projeto de outro e possível mundo.

*Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas, teólogo sem cátedra, base da ADUA - Seção Sindical e filho do cruzamento dos rios Solimões e Jaguaribe, em 08 de março de 2024.