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  06/07/2020 - por Karime Bentes





Em meio à pandemia que se instalou desde o início de 2020, o Departamento de Química tem atuado de forma a proteger seus servidores e alunos; também nos sentimos responsáveis e voltamos a defender o que acreditávamos já estar bem sólido, que é a importância da ciência.

 

Não nos intimidamos, veio a pandemia e formamos uma força-tarefa que: (1) articulou-se junto a empresas e conseguiu captar recursos por meio de parcerias (Fieam, Rede Atem, Petrobras, Rede Equador, Virrosas, Via Certa, Grupo Simões), (2) organizou-se internamente com servidores que atuam de forma voluntária para controle de qualidade e produção de álcool 70% e álcool gel e (3) obteve autorização junto ao órgão fiscalizador do estado (Devisa) para realização deste trabalho. Como resultado, o DQ já produziu mais de 4 mil litros de álcool líquido 70% e álcool gel, material este que foi distribuído a hospitais, grupos sociais em vulnerabilidade econômica e comunidades no interior do estado.

 

A pesquisa científica se faz mais aguerrida e nossos pesquisadores estão produzindo um sensor eletroquímico que resultará em 10.000 testes para COVID-19. Os pesquisadores estão em atuação ininterrupta com a produção de artigos científicos desde março no combate ao coronavírus, tais como: revisão bibliográfica que avalia sistematicamente os metabólitos naturais que podem ser potencialmente usados no combate à COVID-19, observando suas fontes naturais, mecanismo de ação e usos farmacológicos anteriores e fornecendo um ponto de partida para esta área de pesquisa, a fim de acelerar o estabelecimento de bioprodutos anti-SARS-CoV-21; atuação intensa do grupo de Química Teórica e Computacional/UFAM, que desde início de março vem estudando a interação de fármacos e compostos naturais contra os principais receptores do SARS-CoV-2.

 

Em um primeiro artigo testaram os mais promissores fármacos reposicionados, utilizando metodologia de Docking Molecular e QSAR2. Em um segundo artigo ampliaram a quantidade de fármacos e averiguaram a influência do pH celular nas principais estruturas proteicas e receptores do vírus. Para tanto utilizaram, além das técnicas anteriormente citadas, dinâmica molecular e ferramentas diversas de bio-informática. Um terceiro grupo, tem realizado uma abordagem computacional do potencial de compostos presentes no mastruz como inibidores de enzimas envolvidas na replicação do vírus SARS-CoV-2, responsável por provocar a covid-193.

 

Nosso Programa de Pós-graduação em Química tem realizado diversas defesas de mestrado e doutorado de forma remota, mantendo acesa a chama da ciência em tempos de questionamento da efetividade da pesquisa no país. Trabalhamos arduamente também para fora dos muros da universidade, numa conversa muito própria com discentes e com a sociedade.

 

Sabemos que as redes sociais têm impacto na sociedade e temos atuado com seriedade publicando textos relacionando a química com a pandemia4 e incentivamos nossos alunos a promoverem atividades remotas e de interesse de nossa comunidade, como a comemoração do Dia do Químico (18/6), que teve uma programação voltada à atuação do químico em meio à pandemia, a inclusão social e teve ampla participação de alunos de UFAM e público externo.

 

O Centro Acadêmico também tem promovido uma série de atividades chamada “QuarenTema”, onde discutimos nossas fragilidades e buscamos meios de nos fortalecermos enquanto sociedade e cientistas. Também reconhecemos que nossos alunos passam por dificuldades econômicas, e temos atuado de forma a conceder cestas básicas àqueles que entram em contato informando sua necessidade. Reconhecemos o outro, suas emergências e buscamos apoiar a todos que se encontram em vulnerabilidade.

 

*Karime Bentes é Chefe do Departamento de Química da Ufam.



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