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Clayton Nobre

Universidade corta árvores em prol da reunião da SBPC


“Absurdo!”, “inconcebível!”, “um ato criminoso!”. Estas são expressões que alguns professores manifestaram ao chegar à área do estacionamento do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) na manhã chuvosa do dia 12 de junho (diga-se de passagem que todo o Campus estava sem energia elétrica e água, apesar da chuva que caía). Toda a área do estacionamento desse Instituto, das Faculdades de Educação e de Direito estava interditada para serem iniciados os preparativos de instalação das tendas que abrigarão exposições da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento ocorre em Manaus este ano.

Mas esse não foi o motivo de tal indignação, pois que não caberia em se tratando de um evento que promove o progresso da ciência em nosso país. A questão é que foram cortadas as árvores plantadas pela própria administração e que compunham o centro do canteiro do estacionamento. A indiscutível necessidade de arborização do estacionamento foi deixada de lado e, a pretexto de a SBPC precisar de uma grande área, se deixa descampado aquele espaço. Ou seja, há alguma coisa errada nisto tudo. Ou a administração da Ufam entende que há muitas árvores no Campus Universitário e que “algumas a menos não modificarão o cenário” (mas aí não se “justificaria” o plantio na gestão passada) ou o conceito de ciência foi alterado.

Como é possível um evento que visa discutir formas do progresso da ciência tenha necessidade de eliminar árvores plantadas? Será que iremos participar de palestras, mesas-redondas e painéis sobre a necessidade da preservação do meio ambiente, da fauna e flora amazônicas e dos recursos naturais com essa necessidade prévia de eliminar árvores plantadas? Não há justificativas para tal desmando administrativo e ausência de tato político, pois existe área suficiente grande para as tendas sem que houvesse necessidade dos cortes. É preciso denunciar essa contradição para além das frases e palavras de indignação. A comunidade acadêmica da Ufam deve dizer um basta a essas ações criminosas que estão acontecendo entre a noite e o dia! (neste caso, num feriado).



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