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  00/00/0000 - por Raimundo Lopes Filho*



Em 10/05/2010

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que, em março deste ano, ocorreu a maior movimentação de carga aérea dos últimos dezenove anos no terminal aeroportuário de Manaus, quando foram ali recebidas mais de sete mil toneladas de mercadorias. No pico do tráfego aéreo, em um só dia, foram atendidos nove vôos, o que agravou os problemas da frágil logística da área de carga do Aeroporto Eduardo Gomes, aumentando os constantes atrasos na liberação dos insumos importados para o Pólo Industrial de Manaus.

Apesar de ter sido montada uma força-tarefa especial, criada para minimizar os efeitos da crise, que agregou cerca de 20 experientes operadores de logística trazidos de outras unidades aeroportuárias do país, e 90 novos colaboradores terceirizados, as cargas de mais de trinta vôos aguardam desembaraço há mais de um mês. Enquanto isso, as mercadorias importadas permanecem provisoriamente armazenadas no pátio do aeroporto, com coberturas improvisadas, em precárias condições, ficando a integridade dos materiais ameaçada pelas fortes chuvas que têm ocorrido na cidade de Manaus.

Por enquanto, as medidas emergenciais adotadas pela Infraero para normalizar a liberação das cargas retidas, passando a atender os usuários nos sábados e domingos, ainda não tiveram o efeito prático desejado, e as linhas de produção continuam paradas por falta dos insumos, retidos no terminal aeroportuário, com prejuízos que já ultrapassam cerca de US$ 60 milhões.

A situação só não está pior, graças às ações encetadas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, e pela Secretaria Executiva da Receita da SEFAZ, que ampliaram o período de atendimento e priorizaram a liberação das cargas de produtos perecíveis.

Na verdade, a capacidade de carga dos aviões cresceu, e a produção do setor industrial foi diversificada e ampliada em larga escala nos últimos anos, enquanto que o Aeroporto Eduardo Gomes, inaugurado no início da década de setenta, permanece, praticamente, com a mesma infraestrutura original, que está obsoleta, e requer, urgentemente, ampliação e modernização das instalações para atendimento da demanda atual de cargas e passageiros, independentemente do aumento de fluxo que deverá ocorrer por ocasião da realização da Copa do Mundo em 2014.

*Raimundo Lopes Filho é professor da Ufam e engenheiro; atualmente é membro do Conselho Diretor da FUA



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