Data: 13/09/2017
Nesta quinta-feira (14), trabalhadores de diferentes áreas realizam manifestações em todo o País. É o Dia Nacional de Lutas e Paralisações. Servidores públicos federais organizados em coletivos de categorias e a Frente Nacional de Lutas (FNL) iniciam com esta mobilização o processo de enfrentamento às medidas do Governo Temer que impactam duramente a maioria dos trabalhadores.
Em nome da crise, os pacotes de ajuste econômico negociado entre o governo e o Congresso Nacional implicam no achatamento de salários e aumento da alíquota de pagamento à Previdência Social por servidor público federal; pretendem alterar procedimentos de progressão funcional e ampliar a terceirização no setor.
Ao mesmo tempo os valores pagos ou a distribuição de cargos do Governo Federal a parlamentares permanece em ritmo acelerado e escancarado como se natural fosse. É escárnio oficial ao drama vivido por milhões de brasileiros desempregados, subempregados, endividados, impedidos de comprar medicamentos em função do redirecionamento de programas sociais. Há fartura de dinheiro e de benefícios para ‘presentear’ deputados e senadores que se comprometam com as questões prioritárias do Governo Temer – impedir que o presidente seja investigado e as medidas econômicas que massacram os trabalhadores e ignoram históricos devedores ricos.
Em Manaus, o Dia Nacional de Lutas e Paralisações terá, a partir das 7h, no Bosque da Resistência, na entrada do campus da Universidade Federal do Amazonas, manifestações de professores, técnico-administrativos e estudantes da UFAM. A mobilização envolve outros segmentos que compõem a FNL, movimento de mulheres, negros, quilombolas, indígenas, LGBT, ecologistas, pastorais sociais. Participantes da assembleia da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-seção sindical), realizada na tarde de segunda-feira, aprovaram por unanimidade a adesão ao movimento de trabalhadores do Dia Nacional de Lutas e Paralisações.
Lamparina acesa - Primeiro dirigente da Adua, no início dos anosde1980, e histórico militante das lutas pela educação, o professor Osvaldo Gomes Coelho, 80, arrancou aplausos dos participantes da assembleia de professores, ao fazer apelo à manutenção das resistências e das lutas travadas pela Adua. “A educação como direito para todos e com qualidade é marca da nossa luta. Vamos seguir em frente, lutando”, disse Osvaldo Coelho ao se dirigir à plenária.
O Prof. Osvaldo Coelho encarna nesse gesto mensagem renovada pelo olhar de quem há mais de 60 anos se fez parte da lutados trabalhadores do Amazonas. Anda devagar, talvez porque mais moço teve pressa, e fala firme entre laçando ternura ao convocar os mais jovens a andarem nas trilhas das lutas contemporâneas.
Sabe que é difícil porque as lutas luta das no passado já não se fazem iguais no presente. As causas mobilizadoras sim. Os caminhos são diversificados assim como a compreensão do porque estamos nos mobilizando hoje. Para o Prof. Osvaldo Coelho as razões permanecem e estão mais fortes.
Por isso, é preciso caminhar no longo tecimento da mobilização que gritará basta!
*Ivânia Vieira é professora da Ufam e membro da equipe do Jornal A Crítica. Artigo publicado originalmente no Jornal A Crítica, na edição do dia 13 de setembro de 2017. |