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  11/05/2015 - por Maria Elilda dos Santos



Data: 11/05/2015

A pergunta é: até quando vamos permanecer de braços cruzados assistindo o roubo de vidas de nossas crianças e jovens, sem que o governo tome providências no sentido de combater estes crimes, responsabilizando e punindo os culpados no rigor da lei, garantindo o direito das crianças de terem uma Pátria Mãe, fazendo valer a Constituição; que elas tenham na prática o direito de viverem com dignidade!?

Já estamos comemorando o dia das Mães e infelizmente esta comemoração não será para todas as mães, a não ser que se crie o dia para as Mães Órfãs.

É lamentável que se tenha que criar o dia das Mães sem filhos em nosso País!

Há quem diga que os Herodes de hoje são menos cruéis que o de dois mil anos atrás; mas as estatísticas mostram o contrário, e se nada for feito em curto prazo para reverter este quadro alarmante de execução de crianças e adolescentes no Brasil, podemos assinar o atestado de incompetência e falência do País enquanto Nação.

Que sem sentido, uma marcha para um abismo; não há outra condição para quem mata seu futuro.

A grande pergunta é, por que as crianças brasileiras morrem de balas perdidas? Será que são perdidas mesmas ou são criteriosamente bem direcionadas e certeiras?

Como mostram as estatísticas, só no Rio de Janeiro neste ano de 2015 os assassinatos de crianças, adolescentes, jovens e até bebê de colo já são maiores do que em países em conflitos de guerra, tamanha é a fúria e a ganância da Máfia do Tráfico Humano no Brasil (cada vida roubada tem uma finalidade).

Os dados são assustadores; sem mencionar as grandes chacinas de São Paulo, que já são marcas registradas, não perdendo para nenhum outro Estado Brasileiro ou mesmo Países em conflitos ou situação de guerra.

O povo acompanha pela mídia as estatísticas, e fica estatelado sem reação à espera de um milagre para continuarem vivos.

Estes crimes têm nome: Matéria prima para abastecer o mercado de Órgãos Humanos, tecido de natureza humana, incluindo sangue de cordão umbilical, medula óssea, sangue placentário, cabelos e unhas, córneas, fluidos, outros tecidos destinados a transplantes.

É uma infinidade. Aliás, vejam como anda o avanço da tecnologia aplicada para o armazenamento de órgãos humanos.

Estamos paralisados diante de leis assassinas, seus autores vão às tribunas com belas e afiadas palavras tiradas de dicionários, usam Platão e os mais renomados filósofos apropriando-se de suas palavras para dizerem o que não são capazes de pensar e de fazer, porque não têm compromisso com a Pátria; e o povo, usado como massa de manobra, continua tendo escravizadas suas vidas até os ossos.

Estes sim são assassinos que matam com canetadas, levam à morte milhões de brasileiros e não respondem pelos seus crimes. Estes condenam, executam, administram e contabilizam de seus gabinetes o lucro extraído da miséria humana e agem respaldados pelas leis, criada por eles próprios na calada da noite, longe da opinião pública, como é o caso da lei da redução da maioridade penal, que vem para oficializar as execuções das crianças que já são condenadas à pena de morte por serem pobres, negras e muitas delas, sem escola, saúde e um lar para se abrigarem da mais bruta violência que um ser humano pode sofrer, a do abandono total.

Mais uma pergunta: Será que nossa Pátria não tem coração?

Maria Elilda dos Santos é missionária brasileira. (Artigo publicado originalmente no dia 11.05.15, no Adital)



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