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Intersetorial aborda os desafios do Sindicato Nacional



No sábado (10), segundo dia do VI Encontro Intersetorial do ANDES-SN, os participantes discutiram os desafios do Sindicato Nacional para a contínua construção da entidade, com o objetivo de reforçar seu papel na defesa dos direitos dos docentes e a do ensino público de qualidade. Também foram abordadas formas de resistência frente aos constantes ataques e de fortalecimento da luta, a partir do último ciclo de mobilização.

O debate foi aberto com uma apresentação feita por Márcio de Oliveira, secretário geral do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), e Marinalva Oliveira, presidente da entidade, que compuseram a mesa deste segundo painel. Márcio fez um resgate histórico da conjuntura na qual o Sindicato Nacional foi criado, sua evolução até aqui.

O secretário geral do Andes-SN apontou também períodos de resistência aos ataques desferidos por parte dos diferentes governos com objetivo de enfraquecer a entidade, devido ao seu caráter classista, autônomo,  democrático e de luta.

“O Andes-SN é uma construção de quase 32 anos e para refletirmos sobre o que devemos fazer daqui para frente devemos compreender como se deu o acúmulo das nossas forças até agora”, afirmou o diretor, ao iniciar sua apresentação.

Oliveira contou como se deu a formação das associações sindicais nas universidades federais, estaduais e particulares ainda na década de 70, a inserção do Sindicato nas lutas pela redemocratização do país, falou sobre a greve de 1986, que possibilitou a conquista do PUCRSS. Sobre a década de 1990, ele ressaltou que o período marcou o início de uma fase de grandes resistências. “Os ataques começaram com Collor, mas nunca vou esquecer uma frase de Fernando Henrique quando ele disse, em 1995, que aquele seria o nosso último reajuste, e por dez anos não tivemos aumento salarial”, lembrou.

Sobre o governo Lula, o secretário-geral do ANDES-SN destacou que o presidente começou seu mandato com um forte ataque aos servidores, com a contrarreforma da Previdência e, durante seus oito anos, aprofundou a política de desagregação do movimento dos servidores públicos federais, com a manutenção do arrocho para o conjunto da categoria, mas dando tratamento diferenciado para os segmentos.

O governo Lula também promoveu o ataque às organizações sindicais autônomas e críticas, incentivando a criação de entidades paralelas e governistas, como fez em relação ao Proifes. “Mesmo sem ter legitimidade, como provou a recente greve no setor das federais, e sem ter legalidade, pois o registro sindical é do Andes-SN, desde o começo ele é reconhecido pelo governo”, argumentou.

Marinalva Oliveira destacou que tudo o que foi feito pelo governo Lula e, agora, pela presidente Dilma, faz parte de um movimento de desconstituição de direitos dos trabalhadores para diminuir os riscos ao capital. Isso interfere na educação no momento em que o governo faz a opção por uma expansão desordenada do ensino, de fazer mais por menos, “que aparece em programas como o Fies (Programa de Financiamento Estudantil), Prouni (Programa Universidade para Todos), Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) e EAD (Educação à Distância)”, argumentou.

"A última greve mostrou para a sociedade que o modelo de educação do governo não era aquele que aparecia nas propagandas oficiais, mas estava baseado em uma universidade sucateada, com professores submetidos ao produtivismo acadêmico. Mostramos que a educação não era prioridade e que há um processo de mercantilização do conhecimento e de privatização do ensino, comprometendo a autonomia intelectual do professor”, pontuou.

Para Marinalva, a greve expôs para a população que há uma disputa de projetos de sociedade. Para enfrentar essa realidade, ela defendeu a inserção do Andes-SN nas lutas mais gerais e o fortalecimento e enraizamento da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) nos Estados, “capaz de colocar num patamar superior de enfrentamento as lutas contra as ofensivas que a classe trabalhadora vem sofrendo por parte do Estado, dos governos e do capital”.

Após a fala dos dois diretores do Andes-SN, os participantes do VI Encontro Intersetorial fizeram diversas intervenções sobre temas como a atuação das diretorias regionais do Sindicato Nacional, o processo de construção das últimas greves nos setores das federais e estaduais, a história do registro sindical do Andes-SN, a renovação do quadro de associados, entre outros.

Fonte: Andes-SN



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