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Gênero e Etnias em debate na reta final do 31º. Congresso do Andes-SN



O 31º. Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) realizou na tarde desta sexta-feira, 20, a plenária relativa ao Tema 5, intitulada “Plano de Lutas – Geral, Educação, Direitos e Organização dos Trabalhadores. A amplitude de assuntos abrange tanto questões mais internas ao sindicato docente, tais como as representações do Andes-SN na Central Sindical e Popular (CSP – Conlutas) e registro sindical, até tópicos transversais como questões de gênero e etnia.

Transversalidade de gênero e etnia

Pelo fato de o sindicato nacional compreender que a complexidade da luta docente atravessa outras demandas sociais, o Congresso do Andes-SN trouxe à tona na plenária do Tema 5 questões de gênero e etnia. O assunto foi trabalhado a partir da TR-23, intitulada “A luta política e a transversalidade das questões de gênero e etnia”. Nesse sentido, o professor Waldir Bertúlio, da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (Adufmat), defendeu a continuidade do debate sobre o tema. “Uma leitura conservadora do tema não entende as desigualdades contra mulheres e etnias. O texto sobre esse assunto é necessário, já vem sendo conduzido pelo sindicato nacional desde o 29º. Congresso do Andes-SN em Belém (PA) e deve continuar”, frisou o docente durante a plenária.

A professora Cláudia Durans, da Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma) também defendeu a importância de o sindicato nacional tratar do tema. “Alguns vêem essa como uma discussão muito específica, mas quando pensamos no contexto atual do capitalismo, este procura se recuperar de uma crise que culmina inevitavelmente com a destruição de culturas e minorias. Só aprofundando esse debate poderemos enxergar a pluralidade do Brasil”, explicou. A professora também destacou que as questões de gênero específicas contra a homofobia não podem ser ignoradas no seio do sindicato docente. “Precisamos aprofundar teoricamente a discussão nas seções sindicais para combater a homofobia dentro do sindicato, pois mesmo entre nós permanece ainda a ignorância em relação ao tema”, afirmou.

Abrindo o leque de como o sindicato deve encarar a questão da etnia no contexto de luta docente, o professor Tharcísio Santiago Cruz, da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), relembrou aos congressistas peculiaridades da região. “Não se pode perder de vista a dimensão da questão étnica no país. Só composição da universidade e de seus discentes demonstra a relevância do tema, em especial na Amazônia”, afirmou.

Foi com esse tom que se aprovaram durante a plenária o aprofundamento das discussões em torno das campanhas específicas para a saúde da mulher negra, quilombola e indígena. Além disso, votou-se a favor do enfrentamento da violência gerada por preconceito racial e sexual. Uma das medidas que dará o pontapé inicial em tal posicionamento é a realização do 1º. Seminário do Andes-SN sobre Diversidade Sexual, aprovado na plenária para acontecer ainda esse ano.


Fonte: Adua



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