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Faculdade de Tecnologia da Ufam ‘amarga’ déficit de 34 professores



Relatório elaborado pela diretoria da Faculdade de Tecnologia (FT) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), após protesto dos estudantes do curso de Engenharia de Produção contra a falta de docentes de carreira no quadro do curso, aponta um déficit de 34 professores na unidade acadêmica localizada no Setor Norte do Campus Universitário.

Com 105 professores em exercício, a FT, segundo o vice-diretor, professor Nilson Barreiros, precisaria de 139 docentes, divididos na carga horária de 18h, para que os alunos não fossem prejudicados. Dos 15 professores previstos no Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia de Produção, por exemplo, apenas seis estão dentro de sala aula, sendo esperada a chegada de mais dois substitutos.

“Para conseguir dar aula para todos os alunos, venho juntando duas turmas totalizando cem alunos. Hoje temos professores na FT com até quatro disciplinas”, informou o vice-diretor, destacando que cada docente pode assumir até duas disciplinas, cabendo pedido de permissão ao Conselho Diretor e Departamental, no caso de uma terceira.

Atualmente, 20 disciplinas da FT estão sem professores, obrigando o departamento a buscar professores de outros cursos, aptos a ministrar o conteúdo. “O problema é sempre informado à Reitoria da Ufam, mas a contratação não depende exclusivamente da universidade e sim do Ministério da Educação, que autoriza a liberação de vagas e de recursos para ampliação do quadro”, afirmou.

Barreiros destacou que a falta de professores se repete em outros cursos da unidade acadêmica, sobretudo, os criados após a implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Universidades Federais (Reuni), em 2007. O Programa ampliou o acesso às instituições de ensino superior e possibilitou, no caso local, a interiorização da Ufam, mas não abriu vagas suficientes para o quadro de docentes.

Reprovação – O ingresso de 500 novos alunos por ano, associado ao número de retenções por reprovação, é apontado por Barreiros como fator agravante da defasagem de docentes na unidade, atualmente com 2,5 mil alunos matriculados.

“Para se ter uma ideia, só no curso de Engenharia Civil temos 170 alunos retidos por não terem conseguido se formar devido a pendências em disciplinas”, informou, ressaltando que o projeto pedagógico do curso, por contar com matérias pré-requisito para outras disciplinas, acaba atrasando os discentes.

Reformulação – Uma das alternativas encontradas pelos Departamentos e Coordenações de Curso da FT foi a reformulação de projetos pedagógicos, de forma a reduzir a carga horária de professores de engenharia cedidos para ministrar disciplinas em outros cursos.

É o caso da Engenharia de Produção, cujas atividades de reformulação do projeto pedagógico iniciaram nesta quarta-feira (3) e tem previsão de encerrar até o mês de agosto. “Isso não é suficiente para que o curso tenha qualidade efetiva”, disse o presidente do Centro Acadêmico de Engenharia de Produção (Caepro), Almir Caggy, acrescentando que há poucas opções para reverter o quadro num curto prazo.

Na avaliação do representante discente, a situação do curso só deve melhorar no próximo período, quando deve passar de seis para dez o número de professores do quadro. Até lá, algumas turmas continuarão sem aula. Caggy não descarta a possibilidade dos alunos do curso fazerem novos protestos. “A manifestação [do dia 18 de junho] foi apenas o começo de uma série de soluções que estamos buscando até que as promessas sejam cumpridas”, assegurou.

O presidente do Caepro lamenta ainda o fato de que a falta de professores também gere prejuízos à formação dos alunos quanto à participação em atividades configuradas como essenciais ao tripé da universidade. “A missão da Ufam não é somente promover o ensino, mas estimular o envolvimento dos estudantes em projetos de pesquisa e extensão”, disse.

Fonte: Adua



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