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  19/01/2021



Fracasso: Governo Bolsonaro não adia Enem e prova registra recorde de abstenção em meio à pandemia



Mesmo com o número de mortes diárias por Covid-19 superior ao da primeira onda da doença, o governo Bolsonaro manteve a realização do Exame Nacional da Educação (Enem), que registrou recorde de abstenção. Na primeira etapa da prova realizado no último domingo, 51,5% das pessoas inscritas faltaram. Também foram registrados relatos de salas lotadas e proibição da entrada de estudantes por excesso da capacidade.

 

Para o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o exame foi um “sucesso”. Conforme dados do próprio MEC, 2.842.332 milhões de estudantes não compareceram ao exame.

 

O 3º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Araújo, afirmou que a realização do Enem nesta conjuntura aprofunda a desigualdade. “Agora, o fosso aumentou ainda mais. A abstenção tem menos a ver com a pandemia e mais com o reconhecimento dos estudantes de que eles e elas não estavam preparados e preparadas para fazerem a prova e teriam uma nota muito baixa registrada no sistema e, assim, era melhor então não concorrer. Um certame em que mais da metade dos alunos não foram fazer a prova mostra um fracasso retumbante”, disse o docente que também coordena o Grupo de Trabalho de Políticas Educacionais (GTPE) do ANDES-SN.

 

A Defensoria Pública chegou a entrar com uma ação pedindo a anulação da prova, com a alegação de que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – órgão responsável pela aplicação do exame no país – teria repassado informações inverídicas nos protocolos de segurança, ao impor salas com ocupação de 80%. O acordo era de ocupação abaixo de 50%. Esse cenário fez com que estudantes fossem impedidos de fazer a prova em algumas localidades brasileiras.

 

“Essa confusão gerada com a imposição da aplicação do Enem demonstra que é impossível a realização, com garantia, de atividades escolares durante a pandemia”, avaliou a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Joaninha Oliveira. Para ela, o MEC deve ser responsabilizado. “É um absurdo o número de abstenções, por isso, precisamos garantir segurança, que virá só com a vacina, para que o maior número de pessoas possa fazer a prova”, salientou.

 

Para Luiz Araújo, o Enem deve ser cancelado e a aplicação realizada apenas após o fim da pandemia. “Esse seria o tratamento justo em termos de acesso a um certame que virou a porta de ingresso de quase todas as universidades públicas. Ou seja, é uma atrocidade enorme você excluir os mais pobres de qualquer tipo de ingresso por uma teimosia do governo, para mostrar normalidade mantendo o Enem do jeito que foi mantido”, criticou.

 

Campanha

 

O ANDES-SN, outras entidades sindicais, movimentos sociais, parlamentares e a sociedade em geral exigiram do governo o adiamento do Enem. A campanha #AdiaEnem promoveu uma ampla mobilização nas redes sociais. Na ação, o ANDES-SN apresentou alguns dos motivos para o cancelamento da prova como o aumento do risco de contaminação a alta da circulação de pessoas e a permanência dos estudantes em ambiente fechado por cerca de cinco horas.

 

Foto: Brenno Carvalho/Reprodução

 

Fontes: ANDES-SN e CSP-Conlutas com edição da ADUA



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