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  15/09/2022



Mais um caso de violência contra indígenas: Líder do povo Guarani Kaiowá é assassinado



 

O líder indígena do povo Guarani Kaiowá, Vitorino Sanches, de 60 anos, foi assassinado por pistoleiros em Amambai (MS), na terça-feira (13), após seu carro ser alvejado com 35 tiros. Ele já havia sobrevivido a uma emboscada em agosto. Há meses a violência contra povos indígenas cresce em várias regiões do país.  No município de Dourados (MS), a indígena Ariane Oliveira, de 13 anos, foi encontrada morta após sua família receber ameaças. Na primeira semana de setembro, ataques também foram registrados contra indígenas na Bahia.  

 

A indígena Tremembé do Maranhão, Küna Yporã (Raquel Aguiar Tremembé), dirigente licenciada da Secretaria Executiva nacional da CSP-Conlutas afirma que é preciso prender os mandantes e os assassinos, executores do etnocídio e genocídio dos povos indígenas.

 

“Vitorino é grande liderança dos Guarani Kaiowá do MS. Lá é uma retomada que também é foco de disputa por causa do garimpo. Infelizmente, Vitorino é mais um dos nossos que tem a vida interrompida por causa desses assassinos que estão a solta. A gente pede, clama, suplica por justiça, porque vive a realidade violenta enfrentada pelos povos indígenas. São ocorrências muito cruéis e estamos indo em direção ao etnocídio dos Gaurani-Kaiowas porque querem acabar com esse povo que não desiste de lutar pela terra e pela vida", lamenta a indígena.

 

Em Nota, a Aty Guasu – Assembleia Geral Guarani e Kaiowá cobra solução para os constantes ataques ao Território Indígena.

 

"O fato é que os Kaiowá têm morrido, emboscados, massacrados, perseguidos enquanto os agressores seguem impunes. Até agora nada foi feito com o Estado e com os policiais que nos atacaram de forma ilegal e cheia de violência. Até agora, o assassinato de Márcio ficou como sempre sem explicação. Os ataques contra Marcio e Vitorino foram iguais, elaborados da mesma forma e isso exige uma investigação. Parte das polícias locais tem se esforçado nos inquéritos e investigações para criminalizar as vítimas, nos indígenas, ao invés de encontrar nossos violadores. Queremos ajuda das autoridades. Que o MPF, DPU, DPE, possam nos ajudar a garantir os processos de investigação e buscar apoio para proteger nossa comunidade. Que a CNDH, CDDH, CNJ, 6cc, parlamentares e demais órgãos possam vir a nosso estado cobrar que as investigações sejam feitas como se deve e assim evitar que novas vidas sejam tiradas, porque temos muitas razoes para acreditar que ainda matarão muita gente", afirma a entidade. 

 

Indígena desaparecida

 

Na Aldeia Jaguapiru, no município de Dourados (MS), a indígena Ariane Oliveira Caonteira, de 13 anos, foi encontrada morta no último domingo (11), após oito dias desaparecida. A indígena era neta do Cacique Getúlio Oliveira, membro da Aty Guasu – Assembleia Geral do povo Guarani e Kaiowá, que estava sendo perseguido e sofrendo ameaças.  

 

Nas redes sociais, a Aty Guasu denuncia a onda de ataques e assassinatos que os povos indígenas Kaiowá e Guarani têm sofrido. “Não suportamos mais tanta dor e luto, precisamos de apoio e proteção, já são meses de ataques e assassinatos presentes em nossos territórios, pedimos apoio e que esse genocídio contra nossos irmãos e irmãs acabe, estamos cansados de tanta dor e perseguição”.  

 

Pataxó

 

O adolescente Pataxó, Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, foi assassinado por pistoleiros que atacaram a fazenda retomada na Terra Indígena (TI) Comexatibá, localizada no município de Prado, na Bahia, no domingo (4).

 

Além de manifestações, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras organizações que atuam em defesa dos povos indígenas acionaram o Ministério Público Federal (MPF) para exigir segurança aos Pataxó.

 

Em Carta lançada pelas Lideranças das TIs Comexatibá e Barra Velha é denunciado que os e as moradores(as) das comunidades Pataxó sofrem há mais de três meses com ameaças e coações. 

 

“Vimos a público denunciar e informar das violências, ataques e tocaias que temos sofrido nestas duas terras indígenas, sobretudo, nos três últimos meses. Cientes de que embora, venham sendo praticadas por meio de diferentes estratégias que vão, desde as balas dos trabucos e fuzis, até as setas envenenadas das fakenews, mentiras calúnias e difamações, direcionadas para nossas lideranças. afirma a carta.

 

 

Imagem: Apib 

 

Fontes: com informações da Apib, CSP-Conlutas e Aty Guasu

 

 

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