Documento sem título






     Notícias




  12/07/2022



Casos de violência política aumentam no país com proximidade das eleições



 

O discurso de ódio propagado por Jair Bolsonaro é corresponsável por casos de violência política que aconteceram no país e que têm ocorrido com mais frequência nos últimos dias com a proximidade do período eleitoral. O último caso é o do guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) local, Marcelo Arruda, assassinado em sua festa de aniversário pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho, no 10 de julho, em Foz do Iguaçu (PR).

 

O caso de Marcelo Arruda relembrou o episódio em que Jair Bolsonaro simulou uma arma em um ato no Acre, durante a campanha à presidência de 2018 e falou em “fuzilar a petralhada”. Na época, Bolsonaro está em um carro de som discursando para apoiadores e segura um tripé de uma câmera para simular um fuzil.

 

Ainda também na campanha presidencial de 2018, o primeiro registro de fatal da violência propagada pelo “bolsonarismo” foi o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, assassinado em 8 de outubro daquele ano. O inquérito policial concluiu que o crime foi motivado por uma discussão político-partidária. Conforme as investigações, Moa havia dito a Paulo Sérgio Ferreira de Santana que era contra o, na época, candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro.

 

Neste ano, além do assassinato do guarda municipal, outros episódios de violência contra os opositores do bolsonarismo foram registrados. No dia 7 de julho, uma bomba caseira com fezes foi lançada contra o público que participava de uma manifestação com Lula, na Cinelândia (RJ). No mesmo dia, o carro do juiz responsável por mandar prender o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, envolvido em escândalos de corrupção no Ministério da Educação (MEC), foi vandalizado com fezes de animas e ovos. No dia 15 de junho, em um outro ato de Lula em Uberlândia (MG), um drone também jogou uma substância sobre o público.

 

Estes ataques ocorrem em meio à ofensiva de Bolsonaro contra o sistema eleitoral brasileiro, em que faz acusações, sem provas, de fraudes nas urnas eletrônicas e incita a sua base a rejeitar qualquer resultado em que não seja o vencedor. Em live no dia 30 de junho, o presidente fez referência ao episódio, de 6 de janeiro de 2021, da invasão do Capitólio, por apoiadores de Donald Trump, o ex-presidente dos Estados Unidos foi derrotado das eleições. “Você sabe o que está em jogo, você sabe como deve se preparar. Não para um novo capitólio, ninguém quer invadir nada. Nós sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, disse aos seus seguidores.

 

 

 

 

Assassinato em aniversário

 

No caso de Marcelo Arruda o guarda municipal comemorava seu aniversário de 50 anos em uma festa temática do Partido dos Trabalhadores (PT) e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), quando teve a festa interrompida por gritos “aqui é Bolsonaro” de Jorge Guaranho. “Ele [Guaranho] deu a volta de carro, xingou quem estava lá e disse que ia voltar para 'acabar' com todo mundo”, contou com o amigo do aniversariante, André Alliana.

 

Ao retornar ao local, Guaranho atirou contra volta e assassinou Arruda a tiros. Mesmo ferido, em ato de legítima defesa, Arruda conseguiu revidar os disparos. Segundo a Polícia Civil, o agressor segue internado. Já Marcelo Arruda deixa esposa e quatro filhos, entre eles um bebê de apenas um mês.

 

As investigações indicam que o crime foi cometido por motivação política. Nas redes sociais, Guaranho reproduz os discursos de Jair Bolsonaro e da ultradireita, como “limpar o Brasil do PT”, ataques ao atual sistema eleitoral e acusações de fraudes nas eleições, além de posicionamento a favor da intervenção das Forças Armadas e misoginia.

 

Em post em seu perfil no Twitter, o presidente, ao invés de prestar solidariedade à vítima, atacou a oposição. “Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu.

 

Arte: Design Ativista

 

Fonte: com informações da CSP-Conlutas e Veja



Galeria de Fotos
 









 

COMENTÁRIO:


NOME:


E-MAIL: