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  07/02/2022



Intervenção: Reitores e reitoras nomeados(as) por Bolsonaro criam associação paralela



 

Cinco reitores(as) nomeados(as) pelo presidente Jair Bolsonaro para instituições federais de ensino, sem que fossem eleitos(as) nas consultas internas das comunidades acadêmicas, criaram, na quinta-feira (3), a Associação dos Reitores das Universidades do Brasil (Afebras). A assembleia de criação da associação paralela ocorreu no gabinete do Ministro da Educação, Milton Ribeiro, e aprovou por unanimidade a constituição da nova Associação, criação do Estatuto Social e eleição de membros para os órgãos da administração.  

 

A Afebras faz frente à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), principal entidade que reúne os(as) dirigentes das 69 universidades federais, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e dois Institutos Federais de Educação (Ifes). Desde 2019, já ocorreram 26 intervenções nas reitorias das instituições federais de Ensino Superior, grave afronta à autonomia e à democracia das instituições.

 

O  ANDES-SN se posiciona contra a prática de intervenção e mantém a campanha "Reitor(a) eleito(a) é reitor(a) empossado(a)", com objetivo de alertar a sociedade para a situação antidemocrática em que se encontra o Brasil. O Sindicato Nacional defende que o processo de escolha de reitores ou reitoras se inicie e se encerre no âmbito das instituições.

 

Na avaliação do ex-reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), professor Reinaldo Centoducatte, a criação da associação dos interventores trata-se de mais um ataque do bolsonarismo às universidades. "Estamos falando de um grupo de reitores nomeados por um governo autoritário, com ausência de projetos e legitimidade. É um ataque direto à autonomia", afirmou. 

 

Quem são

 

As seis universidades representadas pela Afebras são: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

 

A associação paralela foi criada após quatro reitores e uma reitora nomeada por Bolsonaro pedirem a desfiliação da Andifes, em julho do ano passado, sendo Ludimila Serafim (Ufersa), José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque (UFC), Edson da Costa Bortoni (UnifeiI), Janir Alves Soares (UFVJM) e Carlos André Bulhões Mendes (UFRGS).

 

A presidência ficará sob a responsabilidade do reitor da UFC, José Candido Lustosa Bittencourt de Albuquerque, que na lista tríplice pelo Conselho Universitário, foi o que recebeu menos votos. A secretaria-executiva será ocupada por Ludimila Serafim, a terceira colocada nas eleições da reitoria da Ufersa.

 

O Conselho Fiscal é composto por Herdjania Veras Lima, reitora da UFRA; Paulo César Fagundes Neves, reitor da Univasf e, Janir Alves Soares, reitor da UFVJM, para um mandato de dois anos.

 

Intervenção

 

Ao todo, 26 instituições, entre universidades, institutos federais e Cefets sofreram intervenção federal na escolha da reitoria, ou seja, com nomeação de pessoas para o cargo de reitor(a) mesmo sem serem escolhidos(as) nas eleições internas das comunidades acadêmicas.

 

A mais recente intervenção aconteceu em janeiro deste ano, com a nomeação da terceira colocada na lista tríplice da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Lima, como reitora da instituição, ignorando o nome de Sandramara Chaves, eleita em 2021.  

 

Na ocasião, o  ANDES-SN emitiu nota de repúdio contra esse ataque direto ao direito democrático e interferência de Bolsonaro nos processos internos das Instituições Federais de Ensino. “Esses ataques às Universidades, Institutos Federais e Cefets, por parte do atual governo autoritário e genocida visam dar continuidade à implementação do projeto do capital para a educação. Intervenções, cortes orçamentários, a retirada de direitos sociais, perseguições e anticientificismo são algumas das expressões da perversidade da agenda neoliberal em curso no país”, afirma o Sindicato Nacional.

 

Fotos: Luis Fortes/MEC

 

Fontes: ADUA com informações do ANDES-SN, Pensar Piauí, Século Diário, Saiba Mais Agência de Reportagem, Extra Classe, GGN  e MEC.

 

 

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