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  16/12/2021



Uma pessoa negra é morta pela polícia em 6 estados brasileiros, a cada quatro horas



 

A cada quatro horas, uma pessoa negra foi morta em ações policiais nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, no ano de 2020. É o que apontou a pesquisa “Pele alvo: a cor da violência policial”, elaborada pela Rede de Observatórios da Segurança e publicada no dia 14 de dezembro.

 

A rede monitora sete estados. Maranhão foi o único não incluído nesse estudo porque o governo não acompanha a cor das vítimas da violência. Para a entidade, isso representa “uma outra forma de racismo institucional”.

 

Conforme a pesquisa, mesmo “em um contexto de crise sanitária mundial, o racismo não dá trégua e, pelo contrário, mata ainda mais, tanto por vírus como por tiro”. A pesquisa mostrou que, entre as 2.653 mortes provocadas pela polícia, com informação racial, 82,7% delas eram de negros ou negras.

 

O Rio de Janeiro foi o estado que registrou o maior número de mortes. Dos 1.092 mortos que tiveram a cor/raça informada, 939 eram pessoas negras. Recentes operações policiais como nas regiões de Jacarezinho e Salgueiro ganharam destaque por chacinas.

 

A Bahia foi apontada como o estado com a polícia mais letal do Nordeste. Pernambuco teve um aumento de 53% de mortes provocadas por ação de agentes do estado, passando de 93% para 97% de pessoas negras entre as vítimas de um ano (2019) para o outro (2020).

 

No ano passado, São Paulo teve 814 mortos pela polícia. Do total, 770 ocorrências tiveram registro de raça das vítimas e em 63,4% dos casos, eram pessoas negras. Na capital, o percentual de negros mortos pela polícia é de 69%, mas, em número de casos, o município (317) só perde para o do Rio de Janeiro (415).

 

A Rede de Observatórios de Segurança também constatou que 100% dos mortos pela polícia em Recife, Fortaleza e Salvador eram pessoas negras. Em Teresina foram 94% e no Rio de Janeiro 90% de negros mortos pelas polícias.

 

Para a rede, a proporção de negros(as) mortos(as) pela polícia frente à sua proporção na população “é a imagem mais contundente do racismo que estrutura a atividade policial”.

 

A entidade afirmou ainda que, “em todos os estados, a presença de negros entre os mortos pela polícia é bem maior do que na composição populacional dos estados, mostrando que a morte pela ponta de um fuzil carregado por um policial atinge de maneira desproporcional os negros em relação aos não negros”.

 

Foto: Ricardo Moraes/Reprodução

 

Fontes: CSP-Conlutas, Observatório Redes de Segurança e Agência Brasil



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