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  19/11/2021



Indígenas Macuxi são feridos em ação da Polícia Militar em Roraima



Seis indígenas da etnia Macuxi da comunidade Tabatinga, em Roraima, foram feridos com balas de borrachas disparadas pela Polícia Militar (PM), na terça-feira (16). Um vídeo mostra a covardia durante o ataque contra a comunidade que fica dentro da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol. É possível ver uma idosa entre as vítimas e ouvir gritos de pessoas alertando que havia crianças nas casas durante o ataque dos policiais, que invadiram a comunidade para retirar um posto de vigilância montado contra o garimpo ilegal. Dois indígenas foram transferidos para o Hospital Geral de Roraima, na capital. 

 

“Todos os povos têm seus guardiões e guardiãs que fazem a proteção territorial (...) os órgãos que deveriam estar ajudando os indígenas não fazem esse acompanhamento, se ficam dependentes do poder federal e estadual, eles estão perdidos”, explicou a liderança indígena integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e integrante da Associação Nacional de Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), Raquel Tremembé.

 

Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os policiais levaram o equipamento de rádio da comunidade. Uma faixa com o artigo 231 da Constituição Federal, sobre os direitos dos povos originários e a necessidade de proteção de suas terras, também foi retirada.  “Lamentável essa postura da polícia. É uma forma de defender o opressor. É absurdo e lamentável. Nossos parentes têm sido mortos por conta desse tipo de opressão. Infelizmente, isso também tem ocorrido dentro de nossos territórios”, explicou Raquel.

 

 

O garimpo ilegal tem apoio do governo federal, apesar dos danos ocasionados à natureza e aos indígenas. Em 26 de outubro desde ano, o presidente Jair Bolsonaro, afrontou os povos indígenas, ao colocar um cocar na cabeça e discursar a favor do garimpo ilegal, em uma visita à comunidade Flechal, no município de Uiramurá, que fica dentro da TI, em Roraima.



As comunidades locais e os postos de monitoramento do território que impedem a entrada de garimpeiros e outros invasores devem ser defendidos contra todos os ataques. O Conselho Indígena de Roraima (CI) repudiou o ataque e afirma que todas as medidas judiciais serão tomadas.

 

Foto: Conselho Indígena de Roraima/ divulgação

 

Fonte: com informações da CSP-Conlutas, Folha de São Paulo e Conselho Indígena de Roraima.



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