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  03/08/2021



Entidades cobram sanção contra postura anti-indígena de coordenador da Funai



A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), da qual a ADUA faz parte, emitiu nota de repúdio à perseguição e criminalização de lideranças indígenas praticadas pelo coordenador Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Vale do Javari (AM) e tenente da reserva do exército, Henry Charlles Lima da Silva. Em uma atitude anti-indígena, Henry incentivou o uso de arma de fogo contra indígenas isolados.

 

A declaração do coordenador Funai foi feita no dia 23 de junho durante uma reunião com indígenas do povo Marubo, na aldeia Paulinho, dentro da Terra Indígena (TI) Vale do Javari. No áudio divulgado no dia 22 de julho pelo jornal Folha de São Paulo, Henry Charlles Lima da Silva estimula que os representantes dos Marubos usem de violência para resolver conflitos com o grupo indígena isolado na região.  

 

“A prática covarde e autoritária não se trata meramente de despreparo ou posição individual ideológica, mas corrobora com o projeto político de extermínio dos povos originário e de incentivo à violência mútua, dada a organização e mobilização do movimento indígena em resistência ao governo Bolsonaro. O presidente mantém postura clara, desde o início de seu mandato, de que a intimidação e criminalização dos povos indígenas são estratégias para fazer com que os interesses econômicos exploratórios da Amazônia prevaleçam sobre o sangue indígena e a destruição deste rico ecossistema”, afirmou a FAMMDI em nota publicada no dia 27 de julho.

 

Conforme reportagem da Folha, a Funai apenas emitiu uma nota afirmando que “a fala do funcionário não representa a posição oficial da instituição” e mantem Henry no cargo. Já a Organização das Aldeias Marubo do Rio Ituí (OAMI) emitiu uma carta de repúdio. “O extermínio nunca será a solução. Meter fogo nos ‘isolados’ só reafirma o descaso que o maior órgão indigenista deste país tem com os povos indígenas”, afirma em trecho do documento. 

 

Além da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), assinam a nota da FAMDDI: o Fórum de Educação e Saúde Indígena do Amazonas (Foreeia), a Frente de Mobilização Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação (Sares), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Serviço de Cooperação Yanomami (Secoya)  a Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN), a Federação Indígena do Povo Kukami-Kukamira do Brasil, Peru e Colômbia (TWK) e o  Deputado Federal José Ricardo (PT).

 

Fontes: com informações de Apib, Folha de São Paulo e FAMDDI. 

 

Foto: Sue Cursino/ADUA 



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