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  26/03/2021



Pesquisadore(a)s do AM lançam cartilha “Universidade sem Violência” no dia 30 de março



Com a proposta central de ampliar a discussão e o combate à violência contra as mulheres nos espaços universitários, será lançada, no dia 30 de março (terça-feira), a cartilha “Universidade sem Violência: um direito das mulheres””. O trabalho é um dos resultados da pesquisa “Violência contra as Mulheres na Universidade: uma Análise nas Instituições de Ensino Superior no Amazonas”.

 

A live de lançamento da cartilha “Universidade sem Violência” será realizada às 19h (horário de Manaus), pelo canal no YouTube da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN). A transmissão ao vivo terá a participação da coordenadora da pesquisa, professora Milena Barroso, a mediação da 2ª secretária da ADUA, Valmiene Sousa, e como atração musical, Rosejane Farias.

 

A ADUA – que apoia a iniciativa – disponibilizará a versão digital da cartilha para download e a distribuição de exemplares impressos para o(a)s docentes da Ufam. A 2ª secretária do sindicato, Valmiene Sousa, afirma que o lançamento da cartilha é um marco para a campanha da ADUA por universidade sem violência, com intenção de provocar o debate e a mudança institucional para o enfrentamento desse fenômeno. “O nosso sindicato entende a necessidade que o tema precisa ocupar tanto na pesquisa científica quanto na nossa luta política, campos que são imbricados, pois muitas mulheres têm sofrido, adoecido e, muitas vezes, sido impedidas de permanecerem em um ambiente seguro”, afirmou.

 

Estudo

 

A pesquisa “Violência contra as Mulheres na Universidade: uma Análise nas Instituições de Ensino Superior no Amazonas” contou com a participação de 1.166 pessoas das comunidades acadêmicas das instituições públicas de ensino superior do estado: Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Os principais dados da pesquisa foram divulgados no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), como parte das ações de resistência do movimento feminista e de mulheres em todo o Brasil.

 

Do total de participantes da pesquisa, 38% afirmaram que foram vítimas de algum tipo de violência na universidade nos últimos cinco anos. Os resultados apontam também que mulheres e homens são vítimas de violência, mas a prática é predominantemente executada por homens, em um percentual que chega a mais de 85%. Entre os registros estão: assédios moral e sexual, estupro, discriminação social, racismo, xenofobia, homofobia, lesbofobia e transfobia.

 

Das pessoas consultadas, 65% são mulheres, 32% homens e um percentual de quase 2% se identificaram como de outro gênero. O estudo envolveu uma equipe multidisciplinar de pesquisadore(as), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A coleta de dados foi realizada em 2020 por meio de visitas, entrevistas, formulário digital e webnário para fomentar as discussões.

 

Para a coordenadora da pesquisa, os resultados são muito importantes porque a universidade não está isenta das contradições que constituem a sociedade. “Precisamos compreender a violência contra as mulheres nas universidades como uma questão séria e um grave problema que dificulta em vários aspectos a participação das mulheres no espaço acadêmico. O assédio foi a principal expressão relatada pelas participantes da pesquisa, mas a deslegitimação de falas e o questionamento a competência para exercer cargos e participar de determinados estudos também foi revelado no estudo. Além disso, a ausência de serviços de proteção às mulheres é um desafio que às instituições de ensino superior precisam enfrentar, afinal uma universidade sem violência é um direito de toda a comunidade acadêmica”, afirmou Milena Barroso.

 

Livro

 

Além do levantamento de dados nas instituições de ensino do Amazonas e da cartilha sobre o tema, a pesquisa “Violência contra as Mulheres na Universidade: uma Análise nas Instituições de Ensino Superior no Amazonas” também resultou na produção de um livro com previsão de lançamento ainda no primeiro semestre de 2021 e que conta com a participação de diversas autoras que estudam a violência contra a mulher e o sexismo no ambiente acadêmico.

 

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