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ANDES-SN lança revista que revela a situação precária das IFE



Faltam carteiras, salas de aula e para os professores, equipamentos de todo tipo, laboratórios. Falta tudo nas Instituições Federais de Ensino: desde o ambiente adequado para o exercício do magistério, da pesquisa e da extensão até o material didático-científico para os alunos. Todavia, e o pior de tudo, é que falta o básico para a educação superior pública e gratuita existir no país: o professor.

Esta é a situação das IFE no Brasil, depois da expansão de vagas nas instituições, entre 2007 e 2012. A situação é relatada na Revista Dossiê Nacional 3 - Precarização das Condições de Trabalho, volume I, lançada pelo ANDES-SN, nesta quarta-feira (24), logo após a Marcha que reuniu mais de 20 mil trabalhadores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Marina Barbosa, 2ª secretária do ANDES-SN, lembrou que a revista é fruto de dossiês elaborados por várias seções sindicais, durante a greve de 2012, que desnudou a realidade do trabalho docente nas IFE. “O material traz uma radiografia da situação absolutamente precarizada em boa parte das IFE, resultado em grande parte da expansão desordenada promovida pelo governo federal. Essa revista servirá como instrumento para fortalecer a luta estratégica dos docentes das Federais”, explicou Marina.

De acordo com a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, um dos objetivos centrais do dossiê é tornar pública a realidade das IFE brasileiras para cobrar providências do Ministério da Educação e das Reitorias. “Queremos expor para a sociedade o caos vivenciado nas instituições federais de ensino. O processo de expansão das universidades implementado pelo Governo Federal é sem qualidade e não tem dado assistência adequada aos estudantes”, denuncia Marinalva.

Marinalva Oliveira acrescenta que esse processo de expansão imposto pelo Governo Federal é responsável pelas péssimas condições de trabalho e tem provocado o adoecimento dos docentes, em virtude da sobrecarga de atividades e frustração com o ambiente de trabalho. “Foram aprovadas no ano passado (2012) 19 mil vagas para professores e até o momento o governo disponibilizou apenas 7.500 vagas para concurso. Nós queremos que estas vagas sejam disponibilizadas já, e ainda assim, sabemos que isto estará longe de suprir o déficit histórico que existe. Queremos também que os laboratórios sejam construídos, queremos mais salas de aulas, menos alunos em cada sala de aula, melhores condições de trabalho e uma carreira onde professores tenham condições de fazer ensino, pesquisa e extensão”, reivindica a presidente do ANDES-SN.

Marinalva ressalta ainda que as seções sindicais e os professores de todo o país devem dar a máxima visibilidade à revista, que será lançada nos locais durante a jornada de lutas do setor das Ifes, entre 20 e 24 de maio para que ela se torne instrumento de pressão junto ao governo e reitores em busca de soluções efetivas. “É preciso reverter essas péssimas condições de trabalho que estamos vivenciando. O compromisso com a educação pública de qualidade passa por ter professores, técnicos administrativos, laboratórios, salas de aula e condições ideais para ensino, pesquisa e extensão”, completa Marinalva.

ANDES-SN entrega exemplares do dossiê ao MEC

Após o lançamento da publicação, representantes do ANDES-SN foram recebidos no MEC pelo Secretário Executivo Adjunto, Francisco das Chagas Fernandes e fizeram a entrega formal de exemplares do dossiê a serem encaminhados ao ministro e seus secretários. Atendendo à reivindicação do ANDES-SN, que solicitou audiência para discussão da pauta de reivindicações no dia 26 de março, foi agendada, para a próxima segunda-feira (6), uma audiência do ANDES-SN com o Secretário de Educação Superior (SESU) Paulo Speller.

O material foi elaborado para consolidar uma série de informações sobre a precarização das condições de trabalho nas IFE, com base em relatórios produzidos pelos docentes nas Universidades, muitos deles elaborados durante a greve de 2012. Segundo o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch, o Sindicato optou por produzir e divulgar o material utilizando formato de revista para expor os problemas enfrentados pela comunidade acadêmica das IFE de forma mais direta e de fácil acesso.

“Por meio deste material, pretendemos tornar pública a realidade de precarização das condições de trabalho nas Instituições Federais de Ensino, que refletem um modelo de subordinação da educação reduzida somente a condição de insumo para a economia ou como fatia de acumulação pela simples venda dos chamados ‘serviços educacionais’. A Revista vem para denunciar estas questões utilizando-se da linguagem jornalística, que apresenta uma comunicação mais fácil e que permite ao leitor chegar ao cerne do problema”, afirma o diretor do Sindicato Nacional. Segundo ele, além de dar publicidade ao caos vivenciado pelos docentes em diversas IFE, a revista tem por objetivo cobrar ações efetivas do governo e das reitorias para reverter esse quadro de precarização.

As denúncias, provenientes de 34 Seções Sindicais, foram divididas em 20 diferentes temáticas e transformadas em 20 pautas jornalísticas, que serão abordadas em dois volumes. Para apurar as denúncias e desenvolver as pautas, o ANDES-SN contratou uma equipe de nove jornalistas, de diferentes regiões do país.

Fonte:
ANDES-SN



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