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  29/09/2020



Declaração lgbtifóbica de ministro da Educação é repudiada pelo ANDES-SN



O ANDES-SN repudia as declarações do Ministro da Educação, pelo seu caráter  discriminatório  e  criminoso,  já  que  reproduziu  falas  LGBTIfóbicas.  É  notório que  o  governo  Bolsonaro  tem  como  base  ideológica  a  lgbtifobia,  a  misoginia  e  o racismo, tão  reforçados pelos grupos fundamentalistas cristãos e seus líderes fanáticos. Em  vez de independente  da  sua  posição  religiosa,  respeitar  a  laicidade  do Estado Brasileiro, assegurada pela Constituição Federal de 1988, tenta utilizar dos aparatos do Estado para criminalizar e perseguir a comunidade LGBTQIA+.

 

Desde  o  ex-ministro Ricardo  Vélez  Rodríguez,  passando  por Abraham Weintraub, Carlos AlbertoDecotelli, e agora Milton Ribeiro, o Ministério da Educação (MEC)se tornou um lugar onde o que menos existe é Educação. Um gabinete paralelo de  ódio  e  intolerância  foi  instaurado,  com  publicações  de fake  news,  ataques contra Universidades,   Institutos Federais   e   Cefet, comtentativas   de   cerceamento   da liberdade  de  expressão  e  autonomia  docente,  visando  acabar  com  a  diversidade  social, cultural,   étnica,   credo,   identidade   de   gênero e   de   orientação   sexual,   que   tanto defendemos nos espaços de ensino, pesquisa e extensão.

 

No mais recente ataque odioso e preconceituoso, o ministro da educação, Milton  Ribeiro,  associou  a  homossexualidade  como  resultado  de  “famílias desajustadas”.  As  declarações  abomináveis  do  ministro  da  educação,  além  de homofóbicas,  relacionando a homossexualidade à doença ou ainda “opção”, coloca a escola  enquanto  um  espaço  excludente,  de  reprodução  de  discriminações  e  violência. Ribeiro  evidencia seu  descaso  diante  da  população  quando  exime  o  MEC  e  o  governo federal da responsabilidade sobre as inequidades existentes no país.

 

O  Brasil  é  o  país  onde  mais  são  mortas  pessoas  LGBTQIA+  por  crimes de ódio. Declarações como a do referido ministro reforçam essa vergonhosa estatística. Lembramos  que,  desde  2019,  a  homofobia  e  a  transfobia  são  crimes no  Brasil,  de acordo com decisão do STF.

 

Cabe  lembrar,  ainda, que  os  setores  fundamentalistas  e  preconceituosos do  governo, definem  por  família  apenas  aquele  núcleo  familiar  tradicional,  homem, mulher  e  filho(a),  desconsiderando  que, segundo levantamento  da Pesquisa  Nacional por  Amostra  de  Domicílios(PNAD)de  2005,  esse  arranjo  familiar  tradicional  já  era inferior  a  50%,  no  Brasil.  Além  disso,  utilizam  do  Estado  para  atacar  e  discriminar outras tantas formas de arranjos familiares hétero ou homoafetivos.

 

O  ANDES-SN  repudia  a LGBTIfobia  do  ministro  da educação, se solidariza  com  a  população  LGBTQIA+  e  reafirma o  seu papel no combate contrato das as formas de opressão e humilhação.

 

Brasília (DF), 25 de setembro de 2020Diretoria Nacional do ANDES-SN



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