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  16/09/2020



Política ambiental criminosa de Bolsonaro e Salles propicia chamas no Pantanal



O Pantanal registra o maior número de queimadas da última década.  A estimativa é de que o fogo já se alastrou por 64% dos 108 mil hectares do Parque Estadual Encontro das Águas, nos municípios de Poconé e Barão de Melgaço, no Mato Grosso do Sul. Com o habita tragicamente afetado, espécies de animais como araras-azuis, onças pintadas, jacarés, entre outras, estão feridas ou morreram. Mesmo com esse panorama, o governo tem cortado verbas da área e sucateado os órgãos de fiscalização.

 

Vídeos e fotografias chocam e revelam mais uma tragédia ambiental sem precedentes no Pantanal, um dos maiores ecossistemas do país. A imagem de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo de uma onça com as patas queimadas sendo socorrida é simbólica sobre a situação da fauna local. Além disso, a queimadas ameaçam também a vida de comunidades locais, principalmente a população ribeirinha.

 

Com fogo na área desde meados de julho, a situação não foi controlada e ainda se agravou com a inércia e descaso do governo Bolsonaro. À frente do Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles é o ministro que defendeu que o governo deveria aproveitar o momento da pandemia para “passar a boiada” e flexibilizar a fiscalização e leis ambientais no país. Salles é conhecido por atuar a serviço de interesses de mineradoras, madeireiras, ruralistas e grileiros em geral.

 

“A falta de fiscalização e a interferência política na atuação dos servidores do Ibama e do ICMBio para favorecer madeireiros, garimpeiros, madeireiros e ruralistas estão presentes nos discursos de Bolsonaro, Mourão e Ricardo Salles. O ministro do meio ambiente, inclusive, é investigado pelo Ministério Público Federal. O avanço do fogo destruindo fauna e flora abre espaço para pastagens e campos de grãos para alegria dos ruralistas”, destaca o advogado e integrante do Setorial do Campo da CSP-Conlutas Waldemir Soares Jr.

 

Corte de verbas e flexibilização da fiscalização

Especialistas apontam que o aumento recorde nos incêndios está relacionado a combinação de descaso do governo e ações criminosas. Durante a gestão Bolsonaro, órgãos do governo responsáveis pela prevenção, conservação e fiscalização do meio ambiente como Ibama e o ICMBio têm sido sucateados.

 

Dados do próprio governo revelam que o orçamento para contratação de pessoal de prevenção e controle de incêndios florestais sofreu uma brutal redução de 2019 para 2020. Mesmo com as queimadas na Amazônia que vem ganhando as manchetes em todo o mundo desde o ano passado, e agora no Pantanal, houve uma redução de 58% nos investimentos. Segundo o Portal Transparência, o valor caiu de R$ 23,7 milhões em 2019, para R$ 9,9 milhões, neste ano.

 

Em28 de agosto, Ricardo Salles chegou a anunciar a suspensão das operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal, alegando o bloqueio financeiro de R$ 60 milhões feito pelo governo. Os recursos seriam destinados ao Ibama e ao ICMBio. A presidência já havia retirado outros R$ 120 milhões do orçamento do meio ambiente previsto para 2021. Ao ser criticado, o governo anunciou que não iria mais contingenciar o setor.

 

Foto: João Paulo Guimarães/Repórter Brasil

 

Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA



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