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Professores da Ufam aprovam continuidade da greve



Os docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram a continuidade da greve. A decisão, tomada em Assembleia Geral (AG) na tarde desta sexta-feira (31), contou com 85 votos a favor, dois contrários e uma abstenção. Pela mesma quantidade de votos, a categoria também voltou a rejeitar a proposta governo, que, na avaliação dos professores, “aprofunda a desestruturação da carreira”.

Diferente das assembleias anteriores, quando as decisões foram tomadas por unanimidade, a reunião desta sexta-feira foi bastante ‘acalorada’, em virtude dos posicionamentos divergentes a respeito da proposta de carreira feita pelo governo. “A divergência de opiniões é importante para a democracia e nos permite esclarecer melhor aquilo que estamos defendendo”, disse o coordenador do Comando Local de Greve (CLG) e presidente da Adua, Antônio Neto.

“O nosso maior patrimônio é a convicção de que a proposta do governo não serve nem para a nossa categoria, nem a para universidade que defendemos, nem para a sociedade”, completou Neto. “A proposta do governo para a educação é um lixo!”, criticou a professora Sandra Noda. Para o professor Nilson Barreiros, integrante do CLG, o plano de carreira proposto pelo governo “é um engodo”, pois não é atrativo para os profissionais. O docente citou que a Faculdade de Tecnologia da Ufam abriu vagas para professores para alguns cursos da área de engenharia, mas há dois anos não consegue preenchê-las.

Dos três pontos em votação na AG, o único consenso foi a decisão de encaminhar ao Comando Nacional de Greve o papel de discutir o “horizonte político do movimento”. “A greve dos professores federais completa hoje 107 dias e já se iguala à segunda maior paralisação da história das universidades públicas brasileiras, ao lado do movimento paredista de 1991”, lembrou o presidente da Adua.

Se depender dos docentes da Ufam, o recorde poderá ser quebrado na próxima semana. É que na segunda-feira (3) a paralisação completa 110 dias, o mesmo tempo da maior greve da história, registrada em 2001. Durante a AG, a maioria das intervenções foi em tom de crítica à “postura intransigente do governo federal, que se recusa a negociar”.

Fora da capital

Houve rodadas de AG também fora da capital, onde a Ufam tem unidades acadêmicas: Benjamim Constant, Coari, Humaitá, Itacoatiara e Parintins. Em todas elas, os professores votaram também pela continuidade do movimento paredista. Além da reestruturação da carreira, os docentes dessas unidades acadêmicas têm muito presente a pauta em defesa de melhores condições de trabalho, justamente por conta da falta de infraestrutura adequada para as práticas de ensino, pesquisa e extensão.   

“O movimento continua forte porque os professores entendem que o pleito buscado pelo Andes-SN é justo, além de reconhecerem a postura intransigente do governo em todo esse processo”, disse o professor Aldair Andrade, integrante do CLG de Humaitá. De acordo com o docente, faltam laboratórios, salas de aula adequadas e até espaços para os professores. “A sala compartilhada pelos docentes é fruto de ‘arranjos’”, reforçou.

Para o professor Charles Falcão, do CLG de Coari, a greve já apresenta um “ganho político” para a categoria. “Muitos dos assuntos que passamos a discutir durante a paralisação antes não entravam em pauta. Agora fazem parte das nossas atividades”, disse. Muitas das reflexões subsidiam a categoria na elaboração de dossiês, para expor à sociedade os problemas pelos quais passam as instituições de ensino superior.

Fonte: Adua



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