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Greve na Ufam expõe mazelas dos cursos de pós-graduação



Em reunião com os membros do Comando Local de Greve (CLG), professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) apresentaram uma série de problemas dos cursos de pós-graduação. Sobrecarga de trabalho e não recebimento de adicional por desempenhar funções nos cursos de pós-graduação além de outras atividades na universidade foram algumas das questões levantadas pelos docentes. Existentes desde a criação da pós na instituição, as dificuldades foram vieram à tona nesse período de greve. O encontro ocorreu na manhã de quarta-feira (22), no auditório da Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e contou com a participação de cerca de 20 professores.

“São criados programas e não são dadas condições para continuar, e estamos tentando fazer isso, mas estamos sendo penalizados, atuando em três programas de pós, produzindo mais, mas sem ganhar um centavo a mais por isso, e essas propostas do governo só nos arrebentam ainda mais, nos deixam, amarrados em um nível, isso é o fim”, afirmou o coordenador do mestrado em Ciência da Comunicação, Gilson Monteiro. A professora do curso de pós-graduação de Letras, Sandra Campos, criticou a falta de valorização dos professores que se dedicam durante anos em especializações. “O professor passa anos, muitas vezes, longe da família, na solidão, e ao voltar temos que cuidar da graduação, de PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), de pós... nem conseguimos respirar, chegamos até a ficar doentes”.

Para tentar enfraquecer a categoria, o governo lança mão de diversos artifícios como o de conceder bolsas para os professores que assumem cargo de coordenadores de curso. “É uma estratégia do governo dar essa bolsa para evitar que entremos em greve, para acabar com nossa possibilidade de luta”, disse o professor do curso de pós-graduação de Letras, Esteban Celedon. Questões administrativas também são cobradas dos docentes, de acordo com a coordenadora do mestrado de Sociedade e Cultura, Rosemara Staub. “Estamos em processo de exaustão, temos turmas de graduação e pós, escrever livros, colaborar com publicações... não dá pra aguentar, isso mexe com o emocional”, afirmou.      

Fonte: Adua



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