Com intuito de expor à sociedade os problemas enfrentados pelos professores, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Comando Local Unificado de Greve (CLUG) decidiu, nesta quarta-feira (15), elaborar um dossiê denunciando a falta de condições para a prática de ensino, pesquisa e extensão na instituição.
O documento será entregue à Delegacia Regional do Trabalho no Amazonas (DRT-AM), como evidência do descaso do governo federal com a universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. Uma prévia do dossiê já foi elaborada por professores e deve ser utilizada como subsídio pelas demais categorias. O material reúne principalmente problemas infraestruturais e de equipamentos nas unidades acadêmicas da Ufam na capital e no interior.
A medida é uma das maneiras encontradas pelas três categorias para intensificar o movimento paredista, deflagrado no dia 17 de maio pelos docentes e, no mês seguinte, pelos técnicos e estudantes. A decisão, tomada em Assembleia Geral (AG) do CLUG, realizada no auditório da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (FEFF), acompanha encaminhamento aprovado em AG anterior, quando a comunidade acadêmica indicou a radicalização da greve.
“A AG dos docentes apontou a necessidade de constranger o governo Dilma até que ele reabra as negociações com as categorias em greve. As péssimas condições de trabalho às quais estão submetidos os trabalhadores das universidades são elementos que indicam o momento de radicalizar, favorecendo professores, técnicos e alunos”, afirmou o professor Jacob Paiva.
O técnico administrativo Marcos Prata endossou as palavras de Paiva. “Os alunos também são vítimas desse processo de precarização das universidades”, completou, acrescentando que o movimento local precisa pensar em atitudes mais radicais como fizeram outras 17 universidades federais, que resolveram fechar os restaurantes universitários.
Agenda de Greve
Os encaminhamentos apontados pelos participantes da AG do CLUG serão avaliados nas assembleias de cada categoria, previstas para ocorrer ainda esta semana. A dos técnicos administrativos será nesta quinta-feira (16), às 14h30, no auditório Paulo Burhein, na FEFF. “A nossa expectativa é avaliar a contraproposta a ser apresentada pelo governo federal à categoria, em âmbito nacional”, disse o técnico Sebastião Cabral, destacando que as reuniões do governo com o Comando Nacional de Greve da Fasubra já foram canceladas por duas vezes só essa semana.
Também nesta quinta-feira, a partir das 9h, na sede da Adua, está previsto o encontro do Comando de Greve Estudantil (CGE), quando os universitários pretendem reforçar as ações do CGE e definir os detalhes das próximas atividades, como a ‘Virada Cultural da Universidade em Greve’, prevista para ocorrer nos dias 24 e 25.
“Ontem, 14 dos 17 centros acadêmicos representados na nossa assembleia se comprometeram em participar da Comissão Interina que atuará ativamente pela pauta estudantil, em substituição ao DCE [Diretório Central do Estudante]”, comemorou o estudante Leonardo Garcia.
Já a AG dos professores acontecerá na sexta-feira (17), a partir 9h, na sede da Adua. A expectativa da categoria é que o governo amplie os recursos destinados ao ensino superior. “Para atender a nossa pauta de reivindicação, o governo precisa ampliar o orçamento destinado à educação”, reafirmou Paiva.
Fonte: Adua |
