Documento sem título






     Notícias






Professores da Ufam aprovam intensificação da greve



Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em Humaitá fecharam o acesso àquela unidade acadêmica nesta terça-feira (14). A medida é uma das formas de radicalização encontrada pelo movimento paredista para cobrar do governo a reabertura de negociação com a categoria. Em Manaus, os docentes decidiram intensificar o movimento paredista, que completa hoje 90 dias. Durante a Assembleia Geral (AG), os professores também repudiaram a nova ameaça de corte de ponto adotada pelo governo federal.

“A reitora da Ufam fez contato conosco para informar que vai discutir a questão [corte de ponto] na Andifes [Associação Nacional dos Reitores das Instituições Federais de Ensino Superior], em Brasília. Durante os últimos encontros com os docentes em greve, a Reitoria manteve a postura de apoio à paralisação, desde a decisão tomada pelo Conselho Universitário [Consuni], no início do movimento”, disse o presidente da Adua e coordenador do Comando Local de Greve (CLG), professor Antônio Neto.

“Mesmo se houvesse a possibilidade de corte de ponto, saberíamos responder a essa ameaça, a partir da decisão tomada pelo conjunto da categoria”, destacou Neto. Para a professora Antonieta Lago, integrante do CLG, não há o que temer, em relação a essa questão. “A categoria não assina ponto porque não recebe hora extra. Aliás, o governo nem paga o adicional noturno aos professores que trabalham após as 21h”, reforçou.

Dirigindo-se aos participantes da AG, Antônio Neto aproveitou a oportunidade para desmentir os boatos a respeito do suposto cancelamento do período. “Por decisão do Consuni, o calendário está suspenso e não cancelado”, frisou, alertando que as informações inverídicas têm como objetivo de desmobilizar a categoria. “Algumas pessoas vão tentar confundir para pressionar pelo fim da greve!”, afirmou, categórico.

O presidente da Adua chamou atenção ainda à necessidade de aprofundamento do debate político durante a greve. “O governo trata a greve como fato consumado com uma entidade que não tem representatividade na base da categoria. Por isso, a greve continua forte. Agora é manter o trabalho de multiplicação da informação a outros colegas que ainda não estão próximos de nós”, explicou.

Análise


Na avaliação do professor Raimundo Pinheiro, também integrante do CLG, o governo federal, por meio da base do Partido dos Trabalhadores (PT), vem utilizando a estratégia do “aparelhamento” do ente público para desmobilizar os movimentos sindicais e sociais. “Ninguém pode se opor ao poder hegemônico. Está tudo dominado”, satirizou.

Para a professor Jacob Paiva, os gargalos do ensino superior só serão sanados quando o governo destinar mais recursos para o setor. “Os recursos para a educação pública de qualidade não podem ser inferior à possibilidade que o Estado tem para investir no segmento”, disse.

Paiva acrescentou que a falta de diálogo do governo federal com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andes-SN) desvaloriza todo o esforço que a entidade tem mantido em favor da reestruturação da carreira do professor federal e na construção de um novo conceito de universidade pública de qualidade e socialmente referenciada.
 
Durante a AG, os professores fizeram a leitura do comunicado especial divulgado pelo Comando Nacional de Greve (CNG) para o aprofundamento da greve. Os docentes também aprovaram a indicação das professoras Maria Rutimar Belizário e Elizandra Garcia, como observadora e representante do CLG nas ações do CNG, em Brasília, respectivamente. A primeira atuará nos dias 15 e 16, enquanto a segunda, no período de 17 a 26 de agosto.

Fonte: Adua



Galeria de Fotos