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Greve continua: Professores da Ufam rejeitam segunda proposta do governo



Em greve há 75 dias, os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), rejeitaram, por ampla maioria, a segunda proposta apresentada pelo governo federal ao Comando Nacional de Greve, no último dia 24. No entendimento da categoria, a atual proposta do governo apresenta poucas mudanças em relação à anterior e aprofunda a desestruturação da carreira. A decisão foi tomada em Assembleia Geral (AG) realizada na tarde desta segunda-feira (30), na sede da Adua. Durante a AG, os professores também votaram pela continuidade da greve.

Para o presidente da Adua, Antônio Neto, o governo federal continua negligenciando a carreira do magistério superior e os investimentos necessários para uma educação pública de qualidade. “A nossa greve continuará forte até que o governo aprove a proposta de carreira apresentada pela categoria e protocolada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) junto ao Ministério da Educação em 2011”, disse.

O professor Jacob Paiva, integrante do Comando Local de Greve (CLG), destacou que o governo insiste em ludibriar a população com informações inverídicas. Paiva lembrou o caso da divulgação massiva do aumento de até 45% para a categoria, na qual o governo omitiu a informação de que esse percentual de reajuste só será alcançado em 2015 e somente pelos professores que estão no topo da carreira, que hoje representam apenas 10% da categoria em nível nacional. “Precisamos reafirmar a nossa proposta e combater esse processo de desmobilização provocado pelo governo, com intuito de cansar a categoria”, afirmou.

Além disso, o docente lamentou o fato de o governo ainda não ter incluído na proposta ações que priorizem a melhoria das condições de trabalho – outro item da pauta reivindicatória da categoria. “Quer dizer que biblioteca, laboratório, banheiro, internet, água, entre outros, não são necessários para uma educação de qualidade?! O governo não deixa claro como atenderá essas demandas e precisa fazê-lo, nem que seja para dizer que tudo isso não é importante”, disse.

Na AG, os docentes Marcelo Seráfico e Rosa Helena Dias recordaram, em suas respectivas intervenções, os motivos que levaram a categoria a deflagrar a greve no dia 17 de maio e porquê os professores devem mantê-la firme. “Isso aí [a proposta do governo federal] não é uma proposta, mas uma indecência, pois o professor continua desvalorizado”, afirmou Dias. “O governo está rebaixando, cada vez mais, a carreira. É melhor pra gente piorar o que já existe?”, questionou Seráfico, ressaltando que a atual proposta acentua a desvalorização do professor do ensino superior.

Experiência e juventude

Para o professor aposentado Osvaldo Coelho, 1º presidente da história da Adua, os docentes precisam manter-se firmes, junto com outros servidores públicos federais em greve, até que o governo apresente uma proposta decente ao conjunto dos trabalhadores. “Se a gente não aproveitar essa oportunidade, se a categoria desvanecer, jamais os professores terão uma melhor condição de vida e de trabalho. O meu apelo é que a gente rejeite esta proposta indecente”, ponderou.

Quem está trilhando os “primeiros passos” no magistério superior tem a mesma compreensão da necessidade de valorização da carreira docente. É o caso do professor substituto Francinézio Amaral. “Essa proposta pelo governo é impossível de aceitar. É uma carreira que não prima pela qualificação do profissional e se apresenta como um desestímulo à nossa formação”, lamentou.

Fonte: Adua



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