A passeata organizada por alunos da Faculdade de Medicina, realizada na manhã desta segunda-feira (4), reuniu cerca de 500 professores e estudantes de diversos cursos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Com caras pintadas, vestidos de branco e segurando faixas, os acadêmicos passaram pelas principais vias da zona Centro-Sul de Manaus e finalizaram o ato com um gesto simbólico: um abraço no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e na sede das faculdades de Medicina e Odontologia, todos no mesmo quarteirão.
“Foi um momento histórico, porque o curso de Medicina é o último a entrar na greve e o primeiro a sair. Dessa vez foi diferente, sobretudo porque tanto os estudantes quanto os professores estão insatisfeitos devido à falta de estrutura na faculdade como laboratórios deficientes e até falta de gaze para os atendimentos de aula prática no HUGV”, disse o diretor executivo do centro Acadêmico de Medicina Humberto Mendonça (CAMED-HM), Raphael Batista.
Os estudantes passaram pelas Avenidas Boulevard Álvaro Maia, Djalma Batista e Ruas Pará e Maceió. Nessa última via, os estudantes foram abordados por cerca de 10 policiais armados, que tentaram a ocupação das duas faixas das vias e impedir a continuação da passeata. Os alunos fizeram um cordão de isolamento para se proteger. “Isso foi uma vergonha, porque nosso movimento é legitimo, sem confusão, sem briga... nós vivemos num país livre, onde é possível se fazer esse tipo de manifestação, principalmente estudantes que querem melhoria no ensino”, disse a secretária do CAMED-HM, Alexandra Procópio.
Após a passeata, os manifestantes reuniram-se no auditório Dr. Zerbinni, da Faculdade de Medicina, para convocar uma reunião na tarde desta segunda-feira com o objetivo de decidir o calendário de atividades da greve. “O Sindicato dos Médicos do Amazonas apoia os professores e estudamos a possibilidade de ter um diretório dos estudantes de Medicina na entidade”, informou a diretora de comunicação do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Patrícia Siccha.
A mobilização foi uma das atividades de rua da greve deflagrada pelos docentes da Ufam, com o propósito de chamar a atenção da sociedade para os problemas de infraestrutura e ensino da instituição. Além de Medicina, estudantes de Odontologia, Farmácia, Biologia, Direito, Matemática, Biotecnologia e da maioria dos cursos do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), a maior unidade acadêmica da Ufam, participaram do ato.
Fonte: Adua |
