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Assembleia da Adua: docentes são favoráveis ao indicativo de greve em 15 de maio



A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua) realizou na manhã desta quinta-feira, 19, uma Assembleia Geral (AG) que foi favorável ao indicativo de greve da categoria para 15 de maio. Além disso, decidiu-se durante a AG a formação de um Comando de Mobilização que será responsável por conscientizar os docentes de todas as unidades da Ufam sobre as reivindicações da categoria junto ao governo.

Ambas as decisões foram aceitas por unanimidade entre os cerca de 40 docentes presentes na AG. De acordo com o presidente da Adua, o professor Antonio de Oliveira Neto, as deliberações serão apresentadas nas reuniões do Setor das IFES, que acontece em Brasília nos dias 21 e 22 de abril.

Informes importantes

Dentre os informes apresentados na AG, o vice-presidente da Regional Norte I do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), professor Jacob Paiva, expôs a necessidade de fortalecer a luta pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação Pública já, pois se põe em pauta hoje a aplicação de verbas advindas do pré-sal para o setor, proposta apontada como insuficiente.

Outro ponto apresentado dentre os informes foi o do professor José Humberto Michiles, membro da diretoria da Adua, que elogiou a iniciativa do Movimento Educar para a Cidadania ao realizar, na tarde da última quarta-feira, 18, uma reunião com o engenheiro de tráfego Paulo Henrique, que afirmou que a proposta de novo acesso ao campus da Ufam em Manaus é uma solução provisória ao problema que se cria no trânsito em seu entorno. Por fim, um informe dado pelo professor Neto dá conta de que o professor Michiles realizará uma viagem à Brasília com o intuito de resolver os problemas de filiação de novos sindicalizados na Adua, que atualmente não está sendo computado pelo sistema.

Eleições em pauta

Em relação às eleições para a nova diretoria da Adua no biênio 2012-2014, o professor Neto informou que nenhuma chapa foi inscrita no período acordado inicialmente pela entidade, que era de 26 de março a 16 de abril. Por essa razão, a atual diretoria permanecerá em atividade até setembro de 2012 e decidiu pela criação de uma comissão especial para delegar sobre o regimento da Adua e para aprovar um novo calendário para as eleições.

Indicativo de greve

Ao explanar acerca do indicativo de greve para 15 de maio, o professor Neto explicou durante a AG o principal ponto de divergência entre governo e categoria docente. “Para o governo, não há carreira única. Porém, a proposta apresentada e aprovada no 31º. Congresso do Andes-SN dá conta de uma só classe dividida em 13 níveis”, sumarizou. O professor explicou também por que desse ponto estar ligado à questão do indicativo de greve: “A luta pela reestruturação da carreira é o carro chefe que definirá se entraremos em greve ou não, pois é nossa reivindicação básica”, afirmou, “ela gera níveis salariais compatíveis ao que acreditamos ser justo”.

Neto também frisa que o processo de mobilização que poderá levar a uma greve no mês que vem é parte de um plano maior que vem se desenrolando desde que os representantes docentes iniciaram a negociação junto ao Ministério do Planejamento (MP) no ano passado. “Nossas demandas não se dão em cima de algo etéreo. Há um processo de negociação em curso e precisamos pressionar o governo no sentido de termos nossas reivindicações aprovadas”. Durante a AG, o professor Aloysio Nogueira concordou com o posicionamento da diretoria. “Lutar por nossos direitos não é corporativismo”, afirmou aos presentes, “Sem organização de luta, acabaremos ludibriados pelo governo”.

Nesse sentido, o professor Antonio José Vale da Costa, o Tomzé, atentou para a necessidade de abrir o debate sobre o assunto à toda a população. “Precisamos também nos ordenar para que as pautas discutidas aqui circulem nos meios de comunicação e, por conseguinte, para toda a sociedade”, afirmou durante a AG. Outro posicionamento importante foi apresentado pelo professor Luis Fernando Santos, que expôs como o quotidiano atual do professor na universidade leva à falta de consciência de luta. “Estamos num momento de vida extremamente administrada, que tem a ver com o produtivismo dentro da universidade. O resultado disso é o adoecimento docente e os casos de assédio moral. Isso nos faz pensar se queremos mesmo nos prender a essa malha administrativa ou se vamos nos unir ao sindicato e lutar contra a perda de direitos”, afirmou.

Como estratégia de fortalecimento da mobilização, realizou-se na semana passada uma Reunião Setorial na Ufam visando os docentes do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Faculdade de Educação (Faced) e Faculdade de Estudos Sociais (FES). Dali saiu uma série de propostas de pautas locais que chamem os professores à luta por melhorias na infraestrutura da Ufam e nas condições de trabalho. Foram apresentados alguns desses pontos durante a AG, dentre eles o aumento do espaço físico e do acervo das bibliotecas, a apresentação de melhores equipamentos para as aulas, o aumento do quadro de técnicos e professores, além da necessidade de discutir o assédio moral dentro da universidade.

Comando de Mobilização

Ao final da AG, vários dos professores presentes se apresentaram voluntariamente para fazer parte do Comitê de Mobilização que organizará as ações previstas para a paralisação prevista para o dia 25 de abril. 12 docentes farão parte desse grupo, que se reúne ainda essa semana para traçar as estratégias de ação.


Fonte: Adua



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