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  22/04/2020



Indígenas lançam manifesto com denúncia contra política de Bolsonaro diante da pandemia



Povos indígenas de 22 etnias e dos Estados do Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Acre, Ceará e Maranhão lançam manifesto e vídeo denunciando as políticas de Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus e a violência contra os seus territórios.

 

Os indígenas fazem exigências para a proteção de aldeias pelo país, como ações de saúde pública especificas, garantia de alimentação, demarcação de territórios entre outras demandas.

 

Carta dos Povos Indígenas

 

Aos Governo Federal, Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Ministério Público Federal.

 

Prezados Senhores,

Desde a chegada dos primeiros colonizadores ao Brasil, os povos indígenas são vítimas de constantes ataques ao direito de existir. Há tempos lutamos por nossa riqueza cultural, nossos modos e costumes, nossa religiosidade, nossa ancestralidade. Tudo em defesa dos nossos territórios originários e sagrados.

Lutamos com nossos corpos contra o sistema econômico que insiste em nos violentar e destruir a nossa mãe terra. Assassinam nossos parentes. Poluem nossos rios. Derrubam nossas florestas e nos expulsam de nosso lar sagrado.

Tudo isso por propriedade e lucro.

Por todos esses fatores, reafirmamos a nossa total preocupação com todos os Povos Indígenas do Brasil, diante desta catastrófica Pandemia do Coroavírus e a Extrema Violência contra os nossos Territórios.

Devido todas essas violações, medidas emergenciais precisam ser implementadas para proteção dos territórios e garantia do bem viver:

1 – Garanta de alimentação para todas as aldeias;

2 – Implantar orçamento destinado para a Secretaria Especial de Saúde (SESAI), Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e para as Casas de Saúde Indígena (CASAIs);

3 – As ações de saúde para o combate a Pandemia Covid-19 devem ser aplicadas na língua materna das etnias;

4 – Distribuição de kits de higiene pessoal e mascaras nas aldeias;

5 – Proteção dos territórios em conflito pela Força Nacional de Segurança e Policia Federal, independente da fase de regularização;

6 – Implantar Programa de Proteção a lideranças indígenas ameaçadas;

7 – Agilidade na apuração dos crimes contra indígenas em especial, aos cometidos recentemente na Terra Indígena Araribóia, Estado do Maranhão.

8 – Demarcação dos territórios.

Assegurando a veracidade e a legitimidade das declarações aqui contida, assinam os Povos.

 

Povos indígenas que assinam manifesto:

Awá-Guajá/MA

Cassupá/RO

Guajajaras/Juçaral-MA

Guarani/MT

Guarani Anbya/SP

Guarasugwe/RO

Ka’apor/MA

Kaiowá/MT

Kariri do Crato/CE

Kariri Quixeló/CE

Karipuna/RO

Kokama/AM

Krenyê/MA

Mucuá/RO

Mujubim/RO

Mura/AM

Oro mon/RO

Purubora/RO

Sateré/AM

Tikuna/AM

Yawanawa/AC

Tremembé Engenho/MA

 

Fonte: CSP-Conlutas



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