Os trabalhadores respondem nas ruas, com mobilização e greve geral, aos ataques impostos pelos governos, dentro do que ironicamente tratam por pacotes de austeridades. Duas greves prometem sacudir a Europa: em Portugal nesta quinta-feira (22) e na Espanha no dia 29 de março.
Portugal contra ‘Troika’
Na quinta-feira (22), os trabalhadores de Portugal realizarão uma greve geral para enfrentar os planos de austeridade impostos pela chamada ‘Troika’ - FMI, Banco Central Europeu, e Comissão Européia - e aplicados pelo atual governo conservador do primeiro ministro, Pedro Passos Coelho. O objetivo do governo é implementar um vasto programa de privatizações, além de uma reforma na legislação trabalhista que facilite as demissões em favor dos empresários.
No entanto, planos de austeridades estão conduzindo Portugal para o caminho da catástrofe social grega. A previsão é que o país enfrente neste ano uma recessão de 3,3%. Por outro lado, as medidas de austeridade arrastam consigo um aumento brutal do desemprego, da precariedade e resultam em mais desigualdades sociais. Hoje, mais de um milhão de trabalhadores estão desempregados (14,5% da população). Na juventude, o desemprego é ainda maior e atinge 35% dos jovens.
A crise também provocou um rápido empobrecimento dos trabalhadores. Mais de 25% da população encontra-se abaixo da linha da pobreza. Portanto, há razões de sobra para a revolta e para paralisação dos trabalhadores no país.
Espanhóis vão às ruas em preparação para greve geral
Na Espanha, manifestações massivas preparam a greve geral do dia 29. Meio milhão de espanhóis saíram às ruas em mais de 60 cidades, no dia 11 de março. Segundo os sindicatos, 450 mil manifestantes participaram de atos em Barcelona; 80 mil em Gijón; 70 mil em Sevilha; 50 mil em Málaga; 35 mil em Valência; 30 mil em Murcia; 25 mil em Córdoba e 20 mil em Alicante. Estas manifestações só foram preparação para a greve geral marcada para o dia 29 de março, convocada pelas principais centrais sindicais do país.
Os protestos são contra mais um plano de reforma trabalhista proposto pelo governo de direita de Mariano Rajoy. Pela proposta, que se encontra em discussão no Parlamento, as leis trabalhistas seriam modificadas para favorecer os patrões. As medidas permitem, por exemplo, que as empresas espanholas refaçam acordos coletivos, tenham mais flexibilidade para ajustar horários de trabalho e os salários dos trabalhadores, além de baratear as demissões eliminando multas e indenizações.
Essa já é a terceira reforma trabalhista apresentada pelo governo espanhol. Outras duas já tinham sido aplicadas pelo governo social-democrata de Luis Zapatero. Os planos de austeridade no país só aprofundam as desigualdades sociais e o desemprego. O índice de desemprego no país é de 22,85%, um dos maiores de toda a Europa.
Fonte: CSP-Conlutas, com edição do Andes-SN
|