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Em nove meses, Bolsonaro interveio na escolha de reitores de seis universidades



Data: 09/10/2019

Os ataques do governo à autonomia universitária em 2019 estão sendo ferrenhos. Na tentativa de ampliação de desmonte das instituições de ensino, o presidente Jair Bolsonaro tem ignorado os resultados das eleições das comunidades acadêmicas e escolhido os reitores das instituições. Nestes primeiros nove meses de mandato, o governo interveio em seis nomeações, ignorando o candidato mais votado da lista tríplice e escolhendo os aliados da base governista.


Objetivo do governo é impor dirigentes impopulares e, muitas vezes, desqualificados desde que estejam abertos à adesão do "Future-se", projeto do Ministério do Educação (MEC) que busca mercantilizar o ensino superior público brasileiro.

Durante um café com parlamentares da bancada evangélica no Palácio do Planalto, no dia 11 de julho, Bolsonaro tratou sobre a questão. “Ali virou terra deles, eles é que mandam. Tanto é que as listas tríplices que chegam pra nós, muitas vezes, não temos como fugir, é do PT, do PCdoB ou do PSOL. Agora, o que puder fugir, logicamente pode ter um voto só, mas nós estamos optando por essa pessoa”, declarou.

Por lei, o reitor e o vice-reitor de Instituições Federais de Ensino (Ifes) são nomeados pelo presidente, que avalia a lista elaborada pelo colegiado das instituições, composto por professores (que representam 70% do grupo), demais servidores e estudantes (os outros 30%). A tradição de respeitar a votação da comunidade acadêmica durava 15 anos até ser quebrada por Bolsonaro. Reitores não nomeados pelo governo escreveram uma carta de repúdio manifestando-se contrários ao autoritarismo brasileiro.

O desrespeito à escolha das comunidades acadêmicas culminando com a intervenção do Bolsonaro nas Universidades foi um dos motivos que levaram docentes e estudantes a paralisar as atividades por 48 horas nos últimos dias 2 e 3 de outubro. A comunidade acadêmica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) - uma das que participaram da manifestação – irá participar das eleições para reitoria em 2021. “Não podemos deixar que o governo faça uma intervenção aqui, fomos uma das primeiras universidades a eleger um reitor com a participação de toda a comunidade acadêmica, devemos nos unir e lutar”, enfatizou o professor da Faculdade de Educação (Faced), Jacob Paiva.

Ifes que sofreram intervenção de Bolsonaro:

1. UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul
2. UFC – Universidade Federal do Ceará
3. UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
4. UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
5. UFTM – Universidade Federal do Triângulo Mineiro
6. UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados
7. Cefet-RJ – Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro

Fonte: Portal Outras Palavras com edição da ADUA-SSind.



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