Data: 07/10/2019
Cerca de 2 mil militantes – entre eles 40 ativistas de 15 países – reuniram-se para debater a conjuntura nacional e internacional, no 4º Congresso da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas). Na avaliação do professor da Ufam, José Alcimar de Oliveira, que compôs a delegação da ADUA, nas falas dos/das participantes expôs-se a necessidade de “fortalecer a resistência às ofensivas do neoliberalismo em curso nessa que já se afirma como a fase mais destrutiva do sociometabolismo do capital sem controle”. O Congresso ocorreu de 3 a 6 de outubro, em Vinhedo (SP).
“As intervenções sobre a conjuntura nacional e internacional indicam que estamos diante do fascismo e da mais desinibida política de destruição de direitos sociais. Mas o que pavimentou esse quadro de aprofundamento da regressão social e do obscurantismo? Nada mais do que um combinado crescente e perverso entre governo de colaboração de classe, de golpismo de direita e ascenso da ultradireita, em que o Estado burguês assume um caráter autoritário, policial e militar”, avaliou o docente, que compôs a delegação ADUA juntamente com os professores Aldair Andrade (ICSEZ), Douglas de Paula (IEAA) e a professora Soraya Freitas (ICSEZ).
No debate sobre a conjuntura nacional foram aprovadas as resoluções 13: Derrotar nas ruas o ajuste e autoritarismos do governo Bolsonaro, e 15: Unidade na Luta com independência de classe para derrotas o projeto de Bolsonaro. “Fora do método da luta de classes, de organização e formação, não há saída para os trabalhadores empregados, subempregados, desempregados e jogados na informalidade”, comentou o professor José Alcimar de Oliveira.
O delegado da ADUA no Congresso afirmou, ainda, que “por sua natureza ontologicamente classista, anticapitalista, a CSP-Conlutas afirma nesse histórico 4° Congresso a necessidade de intensificar o trabalho de base e lutar para a constituição de uma frente orgânica de unidade da esquerda socialista, classista, sindical, popular, sem o que não será possível barrar o governo de destruição nacional”.
Segundo o 2° vice-presidente da regional Planalto do ANDES-SN, Fernando Lacerda, o atual governo brasileiro é submisso aos interesses do capital internacional. “Quem está no poder quer transformar o Brasil em uma nova colônia entreguista das riquezas nacionais, além de impor um projeto conversador, reacionário e machista”, acrescentou.
O presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, afirmou que “o capitalismo vive uma das suas maiores crises desde 1929 e não encontrou uma solução definitiva para a mesma. Indicamos a construção de uma rede internacional de solidariedade da classe trabalhadora frente à intensificação do autoritarismo, dos ataques aos nossos direitos e ao meio ambiente”, disse.
Além das resoluções 13 e 15 foram propostos resolves pelas resoluções 16, 22,23 e 25. O plenário aprovou o adendo número 1, que trata da Operação Lava Jato.
Internacional
O plenário deliberou que é preciso garantir e ampliar a unidade para o enfrentamento do imperialismo, dos governos capitalistas, a criminalização dos movimentos sociais, além da destruição do meio ambiente e todos os ataques à classe trabalhadora. As resoluções aprovadas ao final das defesas, foram 1, 4, 10 e 11, os resolves das resoluções 6 e 7, além dos adendos 4 e 8.
A professora e dirigente da União Sindical Solidaires, da França, Nara Cladera, comentou que a educação vem sendo o alvo do desmonte da burguesia capitalista em vários países e faz parte de um plano do capitalismo para massacrar e aumentar as desigualdades.
“Obviamente, esse desmantelamento do sistema de educação pública no mundo inteiro tem o claro objetivo de privatizar a educação e favorecer o capitalismo, mesmo que cada país esteja passando por etapas distintas desse desmonte, seja por questões históricas ou econômicas. Atualmente, na França, o setor de educação tem cerca de 30% dos professores terceirizados. Essa é a questão central: a deterioração do ensino, a falta de condições de trabalho e o sucateamento do aprendizado”.
Fonte: ADUA-SSind. com informações do ANDES-SN