Data: 01/10/2019
Um homem de 32 anos - que não foi identificado - procurou a polícia para denunciar seguranças da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) por agressão na tarde de sábado (28). Quatro seguranças teriam o mobilizado com um golpe de mata-leão e deferido diversos chutes. O Diretório Acadêmico da Letras divulgou uma nota de "absoluto" repúdio ao método de abordagem dos seguranças e classificou a ação como racista.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima foi até a universidade para se matricular em um curso de inglês na Faculdade de Letras quando foi abordado por um segurança que pediu sua identificação. O denunciante acredita tratar-se do chefe da segurança, já que ele estava com uniforme diferenciado.
Em resposta à abordagem, o rapaz teria esclarecido que era ex-aluno e que iria se matricular em um curso do Centro de Extensão da Faculdade de Letras. Outros três seguranças se aproximaram e disseram: "você está fingindo ser estudante para roubar alunos" e "vamos colocar você para fora."
O homem disse aos policiais que, em seguida, foi agredido. Um dos seguranças deferiu um mata-leão e, posteriormente, outro segurou suas pernas. Ele contou aos policiais que foi chutado diversas vezes.
Alunos e funcionários que estavam no campus ouviram os gritos e gravaram o episódio. O homem contou que um dos seguranças pegou o celular da mão de um dos alunos e jogou o aparelho no chão. Depois disso, o homem foi solto pelos seguranças.
A ocorrência foi registrada como "agressão" no início da noite e foi encerrada na Delegacia da Polícia Civil da Região Noroeste.
Diretório Acadêmico se manifesta
A Gestão Bagagem, em nome do Diretório Acadêmico Carlos Drumond de Andrade, divulgou uma nota para esclarecer os fatos ocorridos na Faculdade de Letras. De acordo com o posicionamento, "um jovem negro foi vítima de agressão e racismo por parte dos seguranças do prédio".
Foi feito um relatório de ocorrência com a segurança interna do campus e a polícia foi acionada para que pudesse ser feito um boletim de ocorrência.
Segundo o Diretório, diversas instâncias institucionais já foram contatadas e todas as medidas imediatas foram tomadas. "Existem provas audiovisuais, além de diversas testemunhas que presenciaram o fato. Estamos acompanhando o caso, e conforme o andamento do mesmo atualizaremos através de notas", informou.
"Expressamos nessa nota, em nome do Diretório Acadêmico da Letras, do Diretório Central dos Estudantes, do Movimento Negro da UFMG, e das pessoas que presenciaram e estão acompanhando o caso total e absoluto repúdio ao método de abordagem dos seguranças, e estamos acompanhando o caso para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas para que não tenhamos mais acontecimentos como esse", finalizou.
Fonte: Site Estado de Minas com edição da ADUA-SSind.
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