Data: 11/09/2019
A Associação de Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) recomendou em assembleia geral, na terça-feira (10), a suspensão do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) neste ano. Os/As docentes pretendem agora levar a decisão para a reitoria.
A decisão da categoria foi motivada pelos recentes cortes de verbas realizados pelo governo federal. Os/As professores/as também pretendem levar o tema para discussão com outras instituições federais de ensino, com o objetivo de pressionar o poder público a liberar os recursos para custeio, pesquisa e extensão para o melhor funcionamento da universidade.
Essa seria a primeira vez que o vestibular da UFPR deixaria de ser realizado. As inscrições para a edição deste ano se encerraram na terça. A universidade oferece aos estudantes 5.660 vagas para 129 cursos, sendo que 1.298 seleções serão feitas pelo Sistema de Seleção Unificado (SiSU), que toma como base as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Proposta semelhante ao "Future-se"
Os conselhos superiores de quatro universidades estaduais do Paraná – Unespar, Unioeste, UEPG e UEL - já rejeitaram a minuta da Lei Geral das Universidades (LGU), proposta pela Superintendência de Ciência e Tecnologia (Seti) do Governo do Paraná.
Apresentada em junho pelo governo de Ratinho Junior (PSD), a LGU tem diversas semelhanças com o programa de desmonte das Instituições Federais de Ensino, o "Future-se" do governo federal. Se aprovada, a Lei causará demissões de servidores, terceirização das atividades meio, como limpeza, conservação e segurança, e criará um ambiente gerencialista e privatista nas universidades, entre outras medidas.
Em uma nota divulgada no sábado (7), o Comando Sindical Docente (CSD), constituído pelas seções sindicais Sindiprol/Aduel, Sesduem, Adunioeste, Sinduepg, Adunicentro e Sindunespar, ressaltou o avanço na luta contra a LGU com a rejeição nos conselhos superiores das quatro instituições. Apontou a importância de intensificar a mobilização contra a proposta, para que seja rejeitada também nas outras instituições estaduais paranaenses.
O Comando alertou ainda para a manobra de algumas administrações das universidades, na perspectiva de apontar “melhorias” ao projeto.
“Levadas a rejeitar formalmente a LGU, em razão do posicionamento de seus Conselhos Universitários, as administrações têm sinalizado enviar ou tornar públicas supostas “melhorias” ao texto, aceitando a chantagem do governo de se evitar um “mal maior”. Tal estratégia dúbia evidencia o caráter aparentemente democrático e escancara as chantagens conduzidas pelas Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná”, denunciou o CSD.
Fontes: Paraná Portal e ANDES-SN com edição da ADUA-SSind.
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