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Queimadas e desmatamento geram protestos contra Bolsonaro



Data: 28/08/2019

O Brasil parou mais uma vez para protestar contra o governo Bolsonaro. O final de semana contou com protestos em diversas cidades brasileiras em defesa da Amazônia e em repúdio à política do governo. A destruição do meio ambiente e entrega das riquezas naturais do Brasil foram pautas centrais nas passeatas.

A política nefasta do governo provoca uma tragédia natural e social no planeta, além de demonstrar um claro descaso, pondo seus objetivos e orgulho acima do bem maior para o país, uma vez que por não se entender com o presidente da França, Emmanuel Macron, e rejeita o apoio financeiro. O estímulo aos ruralistas, ao agronegócio, às mineradoras e madeireiros ilegais abrem as portas da Amazônia e regiões brasileiras para a total exploração de desmatamento, provocando a destruição do meio ambiente, dos povos indígenas, quilombolas, pequenos produtores, povos ribeirinhos e povos da floresta.

Consequências

A fumaça originada das queimadas também está causando fenômenos na natureza, como o “dia que virou noite” em São Paulo, no último dia 20. Segundo cientistas, o repentino escurecimento do céu paulistano, quando ainda eram 15 horas, foi resultado de partículas de queimadas que viajaram milhares de quilômetros.

Da Amazônia, rumaram para o oeste do continente, chocando-se com a cordilheira dos Andes para depois vir para o sul. A fumaça que atingiu São Paulo retornou ao Brasil, potencializada pelos incêndios da floresta na Bolívia e no Paraguai. Foram coletados resíduos de fuligem na água da chuva, que por si só já possuía uma coloração escura. No Acre e em Rondônia, os governos já começam a criar gabinetes de crise e reconhecem o avanço de fumaça em algumas cidades.

Indignação com os números

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as queimadas no Brasil aumentaram 82% em relação ao ano de 2018, de janeiro a agosto, 71.497 focos de incêndio foram registrados, este é o maior número apresentado em 7 anos. Assim como as queimadas, a reprovação popular contra o governo cresceu.

Em pesquisa realizada de 22 a 25 de agosto pelo Instituto MDA em parceria com a CNT (Confederação Nacional do Transporte), o governo do presidente Jair Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 39,5% dos brasileiros. Em fevereiro, esse índice era de 19%, indicando uma elevação de mais de 20 pontos percentuais em apenas seis meses.

Imagem internacional

A indignação contra Bolsonaro também existe fora do Brasil. Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido se viram obrigados a intervir na situação da Amazônia. A conferência do G7 propôs liberar uma quantia de US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para a Amazônia. Tais recursos serão destinados para o combate a incêndios.

Além desta frota aérea, o G7 concordou com uma assistência de médio prazo para o reflorestamento da Amazônia, a ser apresentado na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu à comunidade internacional que se mobilize com mais força. “Espero que possamos mobilizar mais recursos para ajudar os países da Amazônia”, declarou.

Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA-SSind.



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