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Docentes da Uespi suspendem greve e mantêm mobilizações



Data: 23/04/2019


Após quatro semanas de greve, os professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) deliberaram pela suspensão do movimento.  Decidiram, ainda, manter as mobilizações para garantir o cumprimento do acordo firmado com o governo estadual, após audiência de conciliação no Tribunal de Justiça. O encaminhamento foi aprovado em assembleia da categoria realizada nessa segunda-feira (15), no campus Torquato Neto, em Teresina.

A avaliação dos docentes é que as negociações avançaram após as mobilizações. A estratégia da categoria é suspender a greve como condição para o cumprimento do calendário de propostas por parte do governo.

O professor Gisvaldo Oliveira, do campus de Floriano, avaliou a greve como positiva. "Fomos vitoriosos. Encerrar a greve não é acabar a luta. Vamos garantir um calendário de mobilizações para o cumprimento desse acordo", afirmou.

Rosângela Assunção lembrou que a negociação com o governo só foi aberta após mobilização da comunidade universitária. "Enviamos uma série de ofícios solicitando reuniões. Nenhuma audiência foi agendada. Se não fosse o movimento, o governo não teria nos recebido", disse a coordenadora geral da Associação dos Docentes da Uespi (Adcesp Seção Sindical).

O professor Daniel Sólon alerta que momento é de permanente articulação da categoria. "O governador Wellington Dias tem um histórico de passar por cima dos acordos. Temos que fortalecer as mobilizações e conseguir a adesão de novos professores para que, futuramente, caso não sejam cumpridos os acordos, façamos um movimento ainda maior", apontou.

Os professores aprovaram a volta às salas de aula após a publicação de um novo calendário acadêmico por parte da reitoria.

Foi deliberada também uma reunião para discutir sobre a autonomia financeira da universidade e sobre novas contratações de professores. O encontro foi agendado para 7 de junho. Os representantes do governo apontaram o fim de maio como período para saída do limite prudencial de gastos.

Um seminário sobre autonomia financeira deverá ser organizado para as próximas semanas.

Na assembleia, os professores repudiaram a criminalização do movimento dos estudantes da Uespi, que ocupam a reitoria desde o mês de março. A gestão da prefeitura universitária registrou um boletim de ocorrência contra os estudantes.

Os docentes repudiam a ação da administração da universidade, que pretende usar de medidas coercitivas para o fim da ocupação.

Relembre o movimento

Os docentes da Uespi deflagraram greve no dia 18 de março, diante ausência de diálogo com administração estadual. A categoria tentava sem sucesso, desde novembro do ano passado, uma audiência com o governo do estado.

No dia 3 de abril os docentes realizaram uma assembleia que avaliou a ausência de resposta do governo. Os professores mantiveram o movimento paredista e deliberaram por uma marcha na capital do estado, em defesa da universidade. A mobilização resultou em avanços nas negociações com o governo, após o dia 10.

Uma nova reunião com o secretário de governo, Osmar Júnior, foi realizada depois da Marcha ao Palácio de Karnak. Os encaminhamentos da reunião foram reforçados na audiência de conciliação convocada pelo Tribunal de Justiça, no dia 12, com o desembargador Ricardo Gentil.

Para o professor Omar Albornoz, a articulação em defesa da Uespi é uma reação necessária ao sucateamento do ensino superior público estadual. "Vamos mostrar ao governo que nosso movimento não parou, nossa defesa continua. A Uespi está viva e se nega a morrer", pontuou.

A plenária do III Encontro Nacional de Educação aprovou uma moção de apoio à greve na Uespi e repúdio ao governador Wellington Dias.

Fonte: Adcesp SSind. com edição do ANDES-SN



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