Data: 15/04/2019
Cartazes com frases como “Med. Coari Curso Natimorto”; “Interiorização da Medicina?”; “Med Coari curso fantasma”; “Cadê os médicos?”, “Ufam me leva a sério!” e “Med. Coari na UTI” foram pregados, nesta segunda-feira (15), em vários espaços do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Coari, criado em 2016. A ação é um protesto dos universitários do curso de Medicina do município devido à falta de professores.
“Hoje está havendo a posse da nova administração do Instituto, assumindo um novo diretor acadêmico, coordenador acadêmico e coordenador administrativo. O reitor encontra-se presente na cerimônia e nós também, mas fazendo a ocupação, ocupamos o prédio administrativo, no qual os professores e os técnicos administrativos estão sem acesso às suas salas”, explicou a acadêmica do 2º período do curso, Hanna Dourado.
A manifestação está sendo organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina em conjunto com as três turmas de Medicina de Coari, total de 42 alunos. “O curso foi implantado sem planejamento e os principais prejudicados estão sendo os alunos que sofrem desde o início com falta de professor. Atualmente, a única turma que está tendo aula de forma mais ou menos correta é a terceira que está no segundo semestre, porque está no ciclo básico, então não precisa de professores médicos para ministrarem as aulas”, explica.
Segundo a estudante, há apenas três professores médicos lecionando nas outras duas turmas que estão no ciclo específico. “Já estamos nessa luta há um ano tentando fazer algo, porque a UFAM e o MEC não nos mostram soluções, queremos que a reitoria resolva nossa situação de não termos professores médicos, queremos cumprimento do plano pedagógico da Medicina para termos uma formação adequada e contínua em todas as turmas, queremos que eles não abram mais turmas de Medicina aqui até resolverem a situação”, disse.
A ocupação é por tempo indeterminado, afirma a representante dos alunos. “A nossa ação de hoje vai continuar até conseguirmos o que queremos. Com o prédio administrativo fechado, não tem como funcionar o instituto, as videoconferências. O setor administrativo fecha. Queremos professores médicos pra nossa firmação em Medicina. Não estamos pedindo muito, estamos pedindo aula”.
MPF
O curso de Medicina em Coari possui três turmas com 40 alunos no total. Os estudantes afirmam que acionaram todas as instâncias da Ufam, inclusive a reitoria e pró-reitoria, além do Ministério Público Federal (MPF-AM). “Nós já procuramos coordenação de curso, direção do instituto, pró-reitoria, reitoria, Ministério da Educação, MPF, e não vemos nada sendo feito”, disse Raphaelly. Procurada pela reportagem, a Ufam não se manifestou sobre o caso.
Em março deste ano, o MPF recomendou ao reitor da Ufam, Sylvio Puga, a estruturação do curso de Medicina em Coari e a reavaliação do plano pedagógico do curso, compatibilizando a carga horária de cada disciplina ao que é ministrado na capital. O documento estabelece prazo de 15 dias para que o reitor informe o órgão sobre o acatamento da recomendação.
Fonte: ADUA-SSind. com informações do Jornal A Crítica
|