Data: 02/04/2019
Mais duas universidades públicas foram alvo de ameaças nos últimos dias. Na segunda-feira (1), a Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu um e-mail com mensagem contendo ameaças de atentado na instituição. Na sexta (29), a polícia federal foi acionada após a entrega de um pacote suspeito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Segundo nota divulgada pela reitoria da UFG, as Polícias Federal e Militar foram acionadas preventivamente. A instituição também reforçou a segurança interna.
“A UFG adotou essas medidas com o objetivo de proporcionar a manutenção de todas as atividades com segurança e tranquilidade, preservando a integridade física da comunidade universitária”, informa a administração da UFG.
No e-mail enviado à instituição, o autor relaciona as ameaças à interferência de estudantes em uma manifestação pró-regime militar, realizada no domingo, 31. As ameaças são direcionadas aos prédios da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia e Faculdade de Jornalismo.
“A Reitoria reitera o seu compromisso com os princípios democráticos, a liberdade de expressão, a diversidade cultural e o pluralismo de ideias, valores basilares da Constituição Federal e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e repudia quaisquer formas de violência, discriminação e exclusão social”, conclui a nota.
Suspeita de bomba na UFRN
Uma caixa de papelão, entregue por um homem não identificado, causou comoção na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na última sexta (29). De acordo com nota da universidade, foi identificada a “presença de um pacote suspeito nas dependências do Departamento de Artes da Instituição”.
Ainda segundo a UFRN, a Diretoria de Segurança Patrimonial isolou a área e acionou a Polícia Militar e a Polícia Federal. O prédio do Deart e da Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec), que funciona no mesmo bloco, foram evacuados.“As equipes envolvidas, após os procedimentos cabíveis, identificaram que tratava-se de uma caixa com papéis e pertences”, explicou.
De acordo notícias divulgadas em veículos locais, um homem chegou até o Deart com um pacote fechado e jogou dentro do departamento, dizendo “isso aqui é para vocês”. Em seguida, ele fugiu. Os vigilantes da universidade acionaram a Polícia Federal, que pediu apoio do esquadrão especializado em bombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM.
Com o auxílio de um robô do Bope, o pacote foi removido para um local seguro onde foi detonado. Não havia material explosivo na caixa, apelas papeis e balas de café, segundo informação da PF.
Mensagens de ódio e ameaças
As ameaças à UFG e à UFRN não são casos isolados. Poucos dias após o massacre na escola Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), comunidades acadêmicas de três universidades públicas brasileiras foram alvos de ameaças e mensagens de ódio.
Em 20 de março, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgou uma nota informando que recebeu "mensagens em tom ameaçador”. Anônimo, o agressor supostamente é um aluno reprovado no sistema de cotas da universidade. Em e-mails, ele afirmou que iria atirar em pessoas que fazem parte da comissão, ligadas à comunidade acadêmica.
No comunicado, a UFMG informou que identificou o IP da conexão - endereço de Protocolo da Internet - de onde mensagens foram enviadas e repassou à Polícia Federal. Afirmou, ainda, que a rotina na UFMG não foi alterada.
Também no dia 20, a Universidade Federal Rio Grande do Sul (UFRGS) denunciou ter recebido ameaças de atentado no campus do Vale. A ameaça dizia que o ataque seria “semelhante ao ocorrido em Suzano, SP”, citou a nota publicada. A universidade acionou o setor de segurança da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), das polícias Federal e Civil e da Brigada Militar. Além disso, reforçou sua segurança interna.
No dia seguinte, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) confirmou a veracidade de uma carta encontrada em um dos banheiros do campus Uvaranas. Na carta, o agressor afirmou que cometeria “a maior execução de alunos já vista em todo o mundo”.
Fonte: ANDES-SN com informações do G1