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Docentes discutem, em Roraima, movimentos sociais



Professores e militantes debatem com sociedade civil de Roraima


Professores da região Norte encontraram-se em Boa Vista (RR), ontem (02/04), por ocasião do 1º Encontro Regional do Andes Norte 1. A abertura do evento ocorreu no auditório da Universidade Federal de Roraima (UFRR), no Campus do Paricarama. Docentes debaterem questões como a importância da descriminalização e das atuações dos movimentos sindicais em era de redemocratização.

Na ocasião, o Estado de Roraima vive em alerta por conta da greve de policiais e bombeiros militares. Eles reivindicam melhores condições de trabalho e salários. E os indígenas aguardam a resolução dos conflitos na Raposa Serra do Sol após definida a demarcação contínua da reserva pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por conta dessas e de outras inquietações, os diretores da Regional Norte 1 do Andes decidiram ampliar os debates no primeiro encontro da região. “Nossa proposta não é debater somente com a universidade, mas discutir outras questões com a sociedade civil”, disse o professor Adilson Siqueira, de Rondônia, 1º vice-presidente da Regional Norte 1, durante mesa de abertura. A proposta foi alcançada por conta da participação de vários movimentos sociais no evento.

Movimentos participam do encontro

O professor Artur Moret, da Universidade Federal de Rondônia, apresentou uma explanação sobre os conflitos na construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. “Elas não atendem a legislação ambiental. Não fizeram estudos entre as barragens e o Ibama afirmou que não havia problema”, disse o professor. O projeto acarreta, em Rondônia, problemas como a de contaminação do lençol freático de Porto Velho (RO), diminuição do fluxo de peixes, realocação irrefletida dos ribeirinhos, entre outros.

O Movimento dos Atingidos por Barragens, representado no evento pela militante Tânia Leite, confirmou os problemas vividos pelos ribeirinhos rondonienses. “Dizem que os ribeirinhos que são contra as barragens impedem o desenvolvimento, mas para onde vai essa energia toda?”, questionou. Ela apontou ainda o problema da criminalização dos movimentos que atuam em defesa de seus direitos.

O indígena macuxi Dionito José de Souza, coordenador do Conselho Indígena de Roraima, não se demonstrou satisfeito com a demarcação contínua da Raposa Serra do Sol por conta das condicionantes do STF. “Algumas são muito ruins, outras precisam ser melhoradas”, disse. Ele lamentou a falta de apoio, até mesmo de indígenas amigos, e o preconceito dos vizinhos brancos de Roraima, estimulados pela imprensa local.

Confira aqui as fotos do Encontro.



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