Data: 04/01/2019
Diante da escalada ofensiva do atual governo e seus aliados contra os povos originários e tradicionais, a CSP-Conlutas vem a público externar a mais profunda solidariedade e o nosso compromisso de seguir lutando, juntos, pela manutenção dos direitos constitucionalmente garantidos na luta desses povos. Não podemos aceitar que exterminem a população indígena que é a raiz de nossa história.
No dia de ontem (3), madeireiros-grileiros invadiram a terra indígena Arara, localizada nos municípios de Uruará e Medicilândia, no Pará. Esse ato foi quase simultâneo ao do deputado Rodrigo Amorim (PSL), do Rio de Janeiro, que classificou de “lixo urbano” a Aldeia Maracanã, historicamente situada às proximidades do Estádio de Futebol, que leva o mesmo nome. Nós repudiamos essas atitudes e responsabilizamos a ideologia do ódio, do preconceito e da discriminação disseminadas por aqueles que detêm o governo de nosso país.
A posição política do atual governo contra os índios, quilombolas e sem terras foi anunciada durante a sua campanha. Sua efetivação é aplicada com medidas concretas, como o deslocamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para o controle do Ministério da Agricultura – hoje sobre o controle do latifúndio, e a retirada da atribuição da demarcação de terra da Funai (Fundação Nacional do Índio). Essas atitudes comprovam o viés ideológico e opressor desse governo e estimulam e respaldam esses repugnantes episódios.
Em nome da classe trabalhadora, urbana e rural reiteramos nosso posicionamento: É ao lado de nossos povos nativos que sempre estivemos e é assim que, mais do que nunca, nós nos manteremos.
Chega de genocídio e extermínio dos povos originários e tradicionais. Pelo fim da violência no campo. Demarcação, titulação e Reforma Agrária, já!
Fonte: CSP-Conlutas
Foto: Marcelo Santos Braga