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Protesto contra extinção do Ministério do Trabalho convoca resistência em defesa de direitos



Data: 12/12/2018

A Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), em conjunto com as demais centrais sindicais brasileiras, participou na manhã desta terça-feira (11), do protesto unificado contra a extinção do Ministério do Trabalho, medida anunciada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A manifestação foi em frente à Secretaria Regional do Trabalho, no centro de São Paulo.

Com a presença de dirigentes de todas as nove centrais sindicais brasileiras, os manifestantes denunciaram o desmonte do órgão, que trará o aprofundamento da precarização das condições de trabalho e ainda maior fragilização dos direitos dos trabalhadores no país.

Os dirigentes defenderam a unidade das centrais e dos trabalhadores para lutar em defesa dos direitos e da Previdência Social, também ameaçada por Bolsonaro, e afirmaram que o governo e os patrões não devem duvidar da capacidade de luta da classe trabalhadora.

O membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes, durante fala no ato, defendeu a unidade para barrar a retirada de direitos contra a classe trabalhadora. “A CSP-Conlutas se soma a todas as centrais em defesa dos direitos e vai estender essa manifestação até o chão da fábrica, até o canteiro de obra, até o comércio, porque nenhum trabalhador dará cheque em branco para Bolsonaro nos atacar”, destacou.

A proposta de fechamento do Ministério do Trabalho nada mais é do que uma provocação, pois tem uma simbologia de ataques a nossa classe. É tarefa, a partir de hoje, intensificar essa unidade, marcar um grande processo nacional de mobilização e defender o Ministério do Trabalho, os direitos dos trabalhadores e as aposentadorias”, salientou.

Além de faixas e cartazes, os manifestantes criticaram, com criatividade e humor, a recente fala de Jair Bolsonaro de que “é difícil ser patrão no Brasil” e de que vai aprofundar a Reforma Trabalhista. Um manifestante vestido de “patrão” era carregado, deitado em uma rede, com o cartaz “é horrível ser patrão no Brasil”, numa flagrante ironia. O teatro no protesto  teve como base o desenho “Regresso de um proprietário”, de Jean Baptiste Debret.

Marcela Azevedo, do Movimento Mulheres em Luta, também integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, alertou que a extinção do Ministério do Trabalho vai prejudicar ainda mais as trabalhadoras.

“Aqui tem muitas mulheres de várias categorias, porque nós sabemos que esse ataque, que também tem por objetivo aprofundar a reforma trabalhista, vai afetar diretamente as trabalhadoras, que somos as mais prejudicadas com a flexibilização dos direitos e não vamos ter mais o órgão do Ministério do Trabalho para recorrer. Por isso, estamos aqui e temos certeza de que essa é uma luta também contra o machismo e contra a desigualdade que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho”, reforçou.

Entidades filiadas à CSP-Conlutas, como Sindsef-SP, Sintrajud, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba, entre outras, também marcaram presença no ato.

Geraldo Rodrigues, dirigente da Federação dos trabalhadores dos Correios (Fentect) e militante da CSP-Conlutas, destacou que também sua categoria vai lutar contra o desmonte dos direitos trabalhista que tende a se aprofundar no governo de Bolsonaro. “Nós, dos Correios, tivemos uma reunião essa semana na nossa Federação, e estamos fazendo um chamado a todas as Centrais Sindicais e também a todas as estatais para no dia 2 e 3 de fevereiro de 2019 fazermos uma grande mobilização em Brasília contra toda essa política e organizar os trabalhadores para fazermos uma luta, porque não vamos aceitar a retirada de direitos”, frisou.

Houve, ainda, manifestações em Porto Alegre (RS), São Luís (MA), entre outras. Em São João Del Rey, em assembleia, o Sindicato dos Metalúrgicos discutiu as consequências da extinção do Ministério do Trabalho e os trabalhadores repudiaram a decisão.

Fonte: CSP-Conlutas

 



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