Data: 30/08/2018
Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos revela que a maioria dos brasileiros é contra a privatização de estatais. A rejeição à entrega do patrimônio público à iniciativa privada é geral, seja por classe, faixa etária, sexo, região, instrução ou, ainda, mesmo em determinadas condições.
Segundo a pesquisa, 68% dos brasileiros são contra a venda de estatais. Apenas 17% são favoráveis às privatizações.
A rejeição é maior nas classes C e DE, com 69% e 70% de reprovação, respectivamente. A aprovação aumenta nas classes AB, em que 27% apoiam a desestatização, e entre os que têm ensino superior (28% são a favor). E cai para 9% nas classes DE e para 7% entre os que não frequentaram escola.
A mesma proporção, em torno de 70% contra as privatizações, repete-se quando são feitas perguntas isoladas sobre a privatização da Petrobras (70% contra), da Caixa Econômica (71%) e do Banco do Brasil (70%).
Condições para privatizar
O Ipsos também perguntou a opinião dos entrevistados sobre o tema a depender de diferentes condições. Ainda assim, a resposta da população foi de repúdio à privatização.
Na pergunta “Se o dinheiro obtido com a venda da estatal fosse usado para abater a dívida pública ou cobrir gastos do governo”, as opiniões contrárias à privatização seguiriam altas (71%).
À pergunta “Se agências públicas cuidassem para que os novos donos dessas empresas não cobrassem preços abusivos à população e oferecessem serviços de qualidade”, as pessoas também mostram que não se deixam enganar. Um total de 58% respondeu que é contra a entrega de estatais sob essas condições.
Se o dinheiro obtido com a venda da estatal fosse revertido para um fundo público para custear programas sociais, ainda assim a rejeição para a venda das estatais seguiria alto, com um repúdio de 58% e o apoio subiria para 28%.
O levantamento do Ipsos foi feito em parceria com o professor Sérgio Lazzarini, do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), e ouviu 1.200 pessoas em 72 cidades na primeira quinzena de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Não é a primeira pesquisa que mostra que a população é contra a entrega do patrimônio público. Após anos de neoliberalismo e privatizações em setores estratégicos, os trabalhadores e a maioria da população perceberam que o resultado da desestatização são demissões, aumento de preços e má qualidade na prestação de serviços.
No atual momento, em que o governo Temer e o Congresso avançam com um programa de desestatização que inclui a Petrobras, Eletrobras, Correios, Caixa Econômica Federal, entre outras instituições e empresas públicas, é preciso fortalecer a mobilização para barrar esses ataques. Vale destacar ainda a grave ameaça com a desnacionalização da Embraer, caso seja concretizada a venda da empresa à norte-americana Boeing. Apesar de já ter sido privatizada, a Embraer é sustentada com dinheiro público e é estratégica para a soberania nacional.
Levantar a bandeira contras privatizações é uma tarefa necessária para todos trabalhadores (as) brasileiros (as).
A CSP-Conlutas lançou a campanha “Eles roubam e nós pagamos a conta! Diga não às privatizações”. É preciso denunciar a entrega do patrimônio público e estatal aos quatro cantos. Nas redes sociais, em nos materiais impressos, conversar com trabalhadores e trabalhadoras nos locais de trabalho para fortalecer a resistência e a luta. A campanha contra as privatizações não diz respeito somente aos que estão sendo atacados diretamente. Diz respeito a todos e todas nós. Entre nessa luta!
Fonte: CSP-Conlutas
|