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Venda da Embraer para a Boeing põe em risco 25 mil empregos



Data: 06/07/2018

A operação de venda de 80% da área de jatos comerciais da Embraer para a Boeing coloca em risco cerca de 25 mil empregos. É o que garante Weller Gonçalves,  presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde fica a maior fábrica da Embraer. A entidade afirma que vai pedir o veto da operação. Essa negociação é considerada pela classe trabalhadora como um crime lesa-pátria!

A unidade da Embraer em São José dos Campos emprega 13 mil pessoas, segundo o sindicato. Os outros 12 mil trabalhadores atuam em áreas terceirizadas, como limpeza e alimentação, e em 40 empresas metalúrgicas que prestam serviços para a fabricante de aviões. "Isso tudo está em risco", disse. "Desde 2015, a Embraer está desnacionalizando a produção. Uma parte foi transferida para Portugal e para Estados Unidos (onde a companhia também tem fábricas). Agora, os novos projetos da empresa não vão vir para cá, vão para os EUA", afirmou.

Depois de vários meses de negociações, as fabricantes de aviões brasileira e a Boeing anunciaram, no último dia 5, o acordo para a criação de uma joint venture (empresa conjunta) que vai concentrar todos os negócios de aviação comercial da Embraer. Em comunicado aos trabalhadores, a Embraer informa que a Boeing deterá 80% de participação na joint venture e a Embraer, os 20% restantes.

Sob comando dos EUA

A nova companhia será comandada por uma equipe de executivos que ficará sediada no Brasil, mas respondendo diretamente ao presidente da Boeing, Dennis Muilenburg. O grupo americano terá o “controle operacional e de gestão” da nova empresa.

O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, informou que as unidades em Gavião Peixoto (SP), Botucatu (SP), Eugênio de Melo (principal centro de engenharia da empresa em São José dos Campos), OGMA (Portugal) e Melbourne (unidade de aviação executiva nos EUA) permanecem com a Embraer. Já as unidades Faria Lima e Embraer Divisão de Equipamentos (EDE), ambas em São José dos Campos, que fabrica itens como trens de pouso, Taubaté (SP), Évora (Portugal) e Nashville (EUA) serão da nova empresa.

Caso as aprovações ocorram no tempo previsto, a expectativa é que a transação seja fechada até o final de 2019, ou seja, entre 12 a 18 meses após a execução dos acordos definitivos.

Crime lesa-pátria


Essa negociação é um verdadeiro crime lesa-pátria. Na prática, é a entrega completa do principal setor comercial da Embraer para a norte-americana Boeing, que vai ter graves consequências, com a ameaça a milhares de empregos e à soberania do país.

A Embraer, apesar de estar privatizada desde a década de 1990, é estratégica para o Brasil, em relação a questões de desenvolvimento tecnológico e da soberania nacional. Mais do que isso, a empresa foi construída com dinheiro e suor dos trabalhadores e do povo brasileiro, sendo até hoje, inclusive, financiada com dinheiro público, por meio do BNDES e outros meios, mesmo depois de privatizada.

Só a mobilização dos trabalhadores pode impedir esse brutal ataque, pressionando o governo Temer e o Congresso a barrarem essa negociação e, mais do que isso, lutar pela reestatização da Embraer, sob controle dos trabalhadores.

Fontes: CSP-Conlutas e Economia UOL



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