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Curso de formação política do ANDES discute questão indígena em Dourados



Data: 23/08/2017


A segunda etapa do Curso Nacional de Formação Política e Sindical do ANDES-SN de 2017 teve como um dos objetivos analisar os mecanismos de opressão e exploração aos quais os povos indígenas têm sido submetidos pelo Estado brasileiro e pelo agronegócio. Com tema ‘Indígenas, opressão pelo viés de classe na perspectiva revolucionária’, o curso foi realizado nos dias 18 e 19 de agosto em Dourados (MS).

O curso analisou, ainda, o processo de colonização ao qual os povos indígenas têm sido submetidos no Brasil; a natureza os direitos indígenas no ordenamento jurídico nacional e refletiu sobre o papel do movimento sindical na construção de mecanismos para a libertação dos povos indígenas por meio de um caminho de luta revolucionária. Além dos debates, os professores participantes fizeram visitas à Reserva Indígena Jaguapirú e à escola da Aldeia Panambizinho.

A 1ª vice-presidente da Regional Norte 2 e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS) do ANDES-SN, Andréa Solimões, explicou que a Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados (AdufDourados) solicitou sediar a etapa do curso devido à localização geográfica. “Aquela região está diretamente ligada ao processo de extermínio dos povos indígenas. Pudemos visitar tanto espaços que estão com a demarcação avançada quanto áreas em processo de retomada. Foi muito impactante poder presenciar a situação de luta dos indígenas”, disse.

Solimões destacou que o isolamento físico é outro problema que deve ser considerado. “Os indígenas estão sujeitos não apenas à violência física como, também, ao isolamento físico. Há muros os separando da sociedade, e muitos não têm acesso a serviços básicos. Há, ainda, ataques de fazendeiros. Pudemos ver como funciona o processo de extermínio de indígenas por parte do Estado brasileiro, que não é apenas omisso, mas parte do extermínio”, afirmou, acrescentando que “ainda temos muito o que avançar. Pudemos compreender melhor a questão do protagonismo indígena em suas lutas, a sua forma de organização e a sua relação com a terra e o território. Também debatemos a questão da demarcação das terras e como o Marco Temporal é prejudicial à população indígena”.

O Curso Nacional de Formação Política e Sindical do ANDES-SN de 2017 tem como eixo central ‘Movimentos Sociais: exploração, opressão e revolução’ e é composto por quatro etapas.

Fonte: ADUA



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