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Conclat cria a nova central e divide opiniões



Delegados comemoram criação da nova Central com representanção popular, estudantil e sindical.


A criação de uma nova Central, objetivo principal do Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat) exigiu muito esforço de diálogo de todos sindicatos e movimentos sociais e populares envolvidos. Tudo em nome do objetivo maior: “apontar uma luz no fim do túnel no quadro político nebuloso do momento histórico internacional e nacional”, de acordo com o professor Jacob, um dos três delegados da Adua no evento. Os outros delegados foram os professores Antônio Pereira (Neto) e Arnóbio Bezerra. O evento foi realizado nos dias 5 e 6 de junho de 2010 em Santos (SP).

A criação da Central é uma demanda dos trabalhadores, tendo em vista os limites sofridos em seu exercício diário de luta e transformação social. “Se a conjuntura fosse outra e pela força que poderiam ter, os trabalhadores deveriam estar na ofensiva, revolucionando a situação”, disse Jacob. “Tome-se a propósito o que ocorre na Grécia: os países da União Europeia rapidamente se uniram para impedir que a situação se alastrasse aos outros países”.

Segundo dados do credenciamento, o Conclat reuniu mais de 4 mil pessoas. “Estamos recuperando os princípios da autonomia e da combatividade do sindicalismo, na perspectiva da independência da classe trabalhadora perante as classes dominantes”, avaliou Jacob. “A CUT nasceu com essa perspectiva, mas por conta da chegada do PT e outros partidos ditos de esquerda ao governo federal, passou a fazer uma política de colaboração com as classes dominantes”.

Discordâncias

No último dia do Conclat, à noite, ainda em plenos trabalhos, parte dos representantes da Intersindical abandonou o evento por discordar do nome defendido pelo setor majoritário da Conlutas (Conlutas – Intersindical: central classista e popular). Movimentos sociais (como Movimento dos Sem Terra, Sem Teto, entre outros), convocados para integrarem a central, não se sentiram contemplados por conta do nome proposto e foram apoiados pela Intersindical.

“Mesmo que as forças majoritárias da Conlutas não tenham concordado com uma denominação mais ampla, isto não quer dizer que eles não possam rever o resultado alcançado neste momento”, avaliou o professor. Ele ponderou ainda sobre a possibilidade de modificar o nome da nova Central para aglutinar os setores descontentes presentes no Conclat e outros setores da classe organizados em outros espaços. “O nome é importante, mas o que deve garantir a unidade dos que não se renderam e não se venderam ao sistema, deve ser o programa que balizará a ação política da nova entidade”, opinou.



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