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Docentes e TAEs da Ufam realizaram panfletagem no Bosque da Resistência - Foto: Sue Anne Cursino/Ascom ADUA
Sue Anne Cursino
Docentes sindicalizados(as) à ADUA participaram da jornada nacional de mobilização dos(as) trabalhadores(as) da educação contra a Reforma Administrativa, realizada em todo o país no mês de setembro. As atividades ocorreram nos campi da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em Manaus, Parintins, Humaitá e Itacoatiara, com panfletagens, rodas de conversa, visitas às salas de aula e diálogos com a comunidade acadêmica.
No dia 10 de setembro, em Manaus, as atividades começaram pela manhã com a distribuição de panfletos e discursos públicos no Bosque da Resistência, uma ação conjunta com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam). Já no período da tarde, docentes e estudantes se reuniram para uma roda de conversa no hall do restaurante do IFCHS, localizado no setor Norte do campus.
Foram distribuídos panfletos destacando os principais retrocessos previstos pela Reforma Administrativa, como perdas salariais, extinção de carreiras, ameaças à estabilidade, fim do Regime Jurídico Único (RJU), restrição de concursos públicos, diminuição do período de férias e criminalização das organizações sindicais.
A presidente da ADUA, professora Ana Lúcia Gomes, enfatizou que a proposta do governo representa um desmonte de serviços essenciais como saúde, educação e segurança, afetando diretamente a classe trabalhadora. Ela reforçou a necessidade de união entre estudantes, Técnico-Administrativos(as) em Educação (TAEs) e docentes para fortalecer a mobilização contra a Reforma Administrativa.
A professora Danielle Munduruku ressaltou que a Reforma afeta diretamente os serviços essenciais oferecidos à população brasileira, com consequências ainda mais severas para povos indígenas, quilombolas e comunidades ribeirinhas.
Também foram coletados votos para o Plebiscito Popular, em defesa de reforma tributária mais justa e pela construção de um país mais igualitário. Danielle reforçou, ainda, a relevância do Plebiscito Popular contra a escala 6x1, afirmando: “Essa escala de trabalho marginaliza e violenta a juventude, que é a esperança do nosso país”.
No dia 23 de setembro, a presidente da ADUA, Ana Lúcia Gomes, juntamente com o professor Aldair Oliveira de Andrade (IFCHS) participaram do videocast “É da Educação”, transmitido pelo Portal Web Manaus. Durante a entrevista, o docente ressaltou que a proposta representa uma ameaça inclusive aos direitos de aposentados(as), que podem perder reajustes, sofrendo ainda mais perdas financeiras.
Durante visita da Diretoria ao Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (Icet/Itacoatiara), no dia 24 de setembro, foi realizada uma roda de conversa sobre os riscos da Reforma Administrativa. No diálogo, o professor Aldair Andrade enfatizou que a medida impacta diretamente a educação ao permitir contratações precárias, ampliar carreiras sem progressão salarial, impor metas punitivas e enfraquecer a democracia no acesso a direitos sociais.
Unidade de luta no ICSEZ
Em Parintins, a mobilização teve início na manhã do dia 10, com uma roda de conversa e distribuição de panfletos no hall do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ). No dia 16, a ADUA realizou um novo encontro reunindo docentes e TAEs, ocasião em que foi criada a Comissão Local de Mobilização, composta pela professora Valmiene Florindo e pelos professores Marklize Siqueira, Adelson Fernando e Helder Mourão, além dos representantes dos TAEs, Valcemir Costa e Adson Silveira Buretama. O encontro também contou com a participação, via videotransmissão, do professor Aldair Andrade, que destacou os principais impactos negativos da proposta para a educação pública.
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Roda de conversa no ICSEZ debate consequências da Reforma Administrativa no serviço público - Foto: ICSEZ-Divulgação
O professor Helder considerou o encontro um avanço significativo, destacando: “Essa era uma demanda já debatida há algum tempo: promover uma atividade conjunta entre docentes e TAEs, especialmente no contexto da mobilização contra a Reforma Administrativa. Foi fundamental discutir diferentes perspectivas de categorias sobre um mesmo desafio, que nos impacta de formas similares. Além disso, esse momento proporcionou integração, já que a instituição é extensa e nem sempre temos oportunidade de interagir com colegas de outros setores e cursos, pois costumamos estar focados em nossos próprios colegiados e projetos”.
O docente ressaltou ainda que a experiência abriu espaço para futuros encontros voltados à unidade da luta. “Conversamos bastante sobre a necessidade de retomar e ampliar o diálogo com outras categorias. Pretendemos envolver profissionais da educação básica estadual e municipal, da saúde e da assistência social, de modo a construir diferentes perspectivas sobre esse problema que nos atinge”, afirmou.
Ainda no dia 16 de setembro, Valmiene Florindo, participou do programa Papo de Buteco, transmitido pela Rádio Tiradentes FM 92,9, para informar a sociedade em geral sobre a Reforma Administrativa.
Mobilização em Humaitá
No campus do IEAA, a programação foi realizada nos dias 10 e 11 de setembro, incluindo panfletagem, rodas de conversa, visitas às salas de aula e exibição de vídeo sobre a Reforma Administrativa no Auditório Castanheira, e diálogo virtual com o professor Aldair Oliveira. À noite, houve debate com a comunidade acadêmica.
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Docentes do IEAA realizaram panfletagem e roda de conversa nos dias 10 e 11 de setembro - Foto: IEAA/Divulgação
A professora Laura Miranda avaliou que as atividades realizadas em Humaitá trouxeram resultados positivos. “Contamos com a participação de servidores, tanto docentes quanto TAEs, e uma presença expressiva de estudantes no auditório, especialmente do turno noturno, que foi o mais representativo. Procuramos contribuir de maneira prática e construtiva para que o evento alcançasse seus objetivos. Para as próximas ações, acredito que podemos avançar ainda mais, fortalecendo o diálogo entre nós e intensificando a organização e a divulgação das atividades”, destacou a docente.
Intensificação das lutas
Em junho de 2025 foi instalado um Grupo de Trabalho (GT) na Câmara dos Deputados para preparar um conjunto da Reforma Administrativa, com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), um Projeto de Lei Complementar (PLP) e um Projeto de Lei Ordinária (PL) com objetivo de alterar as regras de ingresso, permanência e remuneração de servidoras e servidores públicos em todas as esferas da República. O Relatório do GT foi divulgado no dia 2 de outubro de 2025.
O ANDES-SN, em articulação com suas seções sindicais, tem promovido diversas ações para impedir o avanço da Reforma Administrativa, incluindo envio de Carta aos(às) Deputados(as) Federais, manifestações em aeroportos e em frente à Câmara, emissão de notas técnicas pela assessoria jurídica, mesas de diálogo, reuniões e outras iniciativas para informar os riscos da contrarreforma.
Na edição de setembro do InformANDES é compartilhado uma série de materiais que contribuem para a compreensão de como a proposta vai fragilizar os serviços públicos e penalizar a sociedade. Por esse motivo, a mobilização em defesa dos serviços públicos segue firme e constante.
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