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  26/09/2025



Visita da Diretoria da ADUA ao Icet/Ufam destaca debate sobre Reforma Administrativa e dificuldades no campus



 

Nos dias 24 e 25 de setembro, a Diretoria da ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN (Biênio 2024-2026) esteve no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (Icet), campus da Ufam em Itacoatiara, para dialogar com docentes e estudantes sobre a Reforma Administrativa, condições de trabalho e saúde docente, além de realizar atendimento jurídico e campanha de sindicalização.

 

Após uma viagem de aproximadamente quatro horas, em um percurso de cerca de 176 km entre Manaus e Itacoatiara pela rodovia AM-010, a programação teve início na tarde de terça-feira (24), no Campus I do Icet, com uma roda de conversa sobre a Reforma Administrativa e informes jurídicos. Na manhã do dia 25, ocorreu o plantão jurídico presencial e atividades da campanha de sindicalização.

 

Debate sobre a Reforma Administrativa

 

Durante a roda de conversa “As falácias por trás da Reforma Administrativa”, o docente Aldair Andrade destacou em sua apresentação que o relator da proposta da contrarreforma afirma que a ideia da proposta é ver o servidor público como agente de transformação, e não como “vilão”. Para ele, trata-se de um discurso que “parece bonito”, mas que na prática abre espaço para a ampliação de contratos temporários e a redução dos concursos públicos. Segundo o professor, isso trará maior insegurança para trabalhadores das áreas de saúde, educação e segurança, além de gerar problemas como fragilização das relações de trabalho, assédio, adoecimento, medo e intimidação.

 

Entre outros pontos, Aldair também alertou para a reformulação prevista na avaliação de desempenho, que poderá facilitar demissões com base em critérios subjetivos. Uma das falácias é dizer que não somos avaliados, mas somos sim, seja pelo estágio probatório ou pelos Processos Administrativos Disciplinares. Qualquer servidor pode ser demitido, desde que haja decisão transitada em julgado”, ressaltou o docente, destacando ainda que a contrarreforma administrativa vai ter como foco estimular a competição entre servidores na busca por bônus atrelados a metas. “Eles querem substituir os ganhos conquistados com promoções e progressões por bônus por metas”.

 

 

O 2º vice-presidente da ADUA, professor José Alcimar de Oliveira, alertou para os impactos da proposta. Segundo ele, a Reforma Administrativa ameaça a continuidade da universidade pública.

 

“Se a reforma passar, concursos praticamente vão desaparecer, sindicatos terão dificuldade de existir e a precarização do serviço público será ampliada. A luta contra essa reforma é uma luta da sociedade brasileira e, em especial, de servidoras e servidores públicos”, afirmou.

 

A professora Márcia Pena, do Conselho de Representantes das Unidades (Crad) no Icet, avaliou que a atividade foi importante para esclarecer informações difundidas pela grande mídia. “Foi um momento de aprofundar o entendimento sobre os efeitos dessa reforma, que será prejudicial para todos os trabalhadores e usuários do serviço público, destacou.

 

 

“Café com luta” e sindicalização

 

No segundo dia da visita, foi realizado plantão jurídico e um “café com luta”, espaço de diálogo entre docentes, onde houve novas filiações ao sindicato.

 

“Foi um momento importante de conversa mais franca e descontraída. Esperamos que mais colegas se conscientizem da importância do sindicato, porque só conseguimos avançar coletivamente”, avaliou a professora Márcia.

 

Essa programação contou também com a participação de estudantes, que puderam ainda compartilhar dificuldades enfrentadas.

 

 

Entre os desafios enfrentados por docentes e estudantes foram destacadas as vividas no campus II, localizado fora do perímetro urbano de Itacoatiara. Entre os problemas apontados estão a falta de restaurante universitário, biblioteca, setor administrativo para protocolo de documentos e transporte de integração entre os campi.

 

A professora Márcia Pena, do curso de Agronomia, ressaltou que a ausência de RU e transporte gera transtornos para estudantes e compromete o trabalho docente.

 

“Os alunos precisam se deslocar diariamente ao campus I para se alimentar e usar a biblioteca. O acesso ao campus II é precário, sem transporte público regular, o que expõe estudantes a riscos e agrava as dificuldades de permanência”, afirmou.

 

A estudante Luzineia Rebelo, do curso de Sistemas de Informação, contou que faz o trajeto de bicicleta, gastando cerca de 25 minutos em cada trecho, já que o transporte por mototáxi custa R$ 30 por dia. Segundo ela, uma colega desistiu de atuar como monitora devido às dificuldades de deslocamento.

 

Encaminhamentos

 

A presidente da ADUA, professora Ana Lúcia Gomes, afirmou que as demandas levantadas serão encaminhadas à Reitoria da Ufam. Ela destacou que a visita faz parte de uma agenda de diálogo com docentes, discentes e TAEs de todos os campi.

 

“Seguimos na perspectiva de que a ADUA somos nós. Queremos estar presentes em todas as unidades para dialogar sobre pautas locais, a Reforma Administrativa e a necessidade de organização coletiva. Esse encontro foi fundamental para mostrar a importância da luta e o papel do sindicato junto à comunidade acadêmica”, afirmou.

 

Além do Icet, a Diretoria da ADUA realizará ainda visitas aos campi do ICSEZ (Parintins), ISB (Coari) e INC (Benjamin Constant).

 

 

Fotos: Sue Anne Cursino/ Ascom ADUA



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