
É com profunda indignação — embora não com surpresa — que a ADUA - Seção Sindical vem a público manifestar solidariedade à ministra Marina Silva, diante de mais um ataque direcionado à sua pessoa. O lamentável episódio ocorrido no Senado Federal — uma casa que deveria ser plural, democrática e representativa do povo — expôs, mais uma vez, um ambiente marcado pela misoginia e pela violência simbólica contra todas as mulheres.
As declarações proferidas por senadores da República refletem uma mentalidade ainda presente em parte da sociedade: a tentativa de diminuir a figura feminina. Nós, mulheres, não devemos tolerar mais nenhum episódio de violência — seja ela física ou verbal — contra nossos corpos, nossa voz e nossa presença nos espaços de poder.
A nós, mulheres amazônidas, esse tipo de agressão fere ainda mais profundamente, sobretudo quando procede de um representante do nosso próprio Estado. O senador amazonense Plínio Valério, de forma reiterada e desrespeitosa, atacou a ministra Marina Silva. Vale lembrar que, tempos atrás, durante a CPI das ONGs, o referido senador já havia se manifestado com uma fala abjeta e ameaçadora, dizendo em tom jocoso: “foi difícil tolerar a ministra Marina seis horas e vinte minutos sem enforcá-la”.
Atitudes grotescas como essa não podem ser normalizadas nem ficar impunes. Também repudiamos com veemência as declarações do senador Marcos Rogério, que, de forma arrogante, sugeriu que a ministra “se colocasse em seu lugar”, ignorando sua trajetória, sua legitimidade e sua relevante contribuição à política ambiental brasileira.
Marina Silva está exatamente onde deve estar: pelo mérito de sua história de vida, por seu compromisso com a causa ambiental e por seu legado de luta e resistência. Ataques como esses são expressão de um comportamento violento, grosseiro e inaceitável, não apenas contra uma mulher, mas contra toda a estrutura democrática que preza pela igualdade e pelo respeito.
Homens que agem dessa forma não apenas revelam profundo desrespeito às mulheres, mas também traem a confiança de suas eleitoras e seus eleitores ao perpetuar práticas incompatíveis com o decoro parlamentar e a dignidade do cargo que ocupam.
A ADUA reitera sua solidariedade à ministra Marina Silva e reforça seu compromisso com a luta por uma sociedade livre de violências de gênero, mais justa, igualitária e respeitosa.
Diretoria da ADUA – Seção Sindical do ANDES-SN (2024-2026)
Manaus (AM), 28 de maio de 2025
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