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61º Conad avança politicamente e aponta unidade na luta para enfrentamento de desafios



Data: 29/09/2016

Se em janeiro deste ano os docentes federais aprovaram, durante o 35º Congresso do ANDES-SN, a defesa da educação e dos demais serviços públicos de qualidade como parte da centralidade da luta da categoria para 2016, as recentes mudanças no cenário político nacional – com o processo de impeachment da presidente Dilma e a ascensão provisória do governo interino de Michel Temer – só aumentaram nos professores o desejo de avançar na unidade com as demais categorias para enfrentamento da política de retirada de direitos imposta pelo Executivo.

A síntese da necessidade de combate ao ajuste fiscal que retira direitos dos trabalhadores, iniciado no governo Dilma e intensificado no governo Temer, que em poucas semanas já deu andamento a projetos que maximizam a precarização dos serviços públicos e limitam ainda mais a atuação dos servidores, está inscrita na consigna (confira no destaque) aprovada pela categoria durante o 61º Conad (Conselho do ANDES-SN), realizado de 30 de junho a 03 de julho, em Boa Vista.

A ADUA participou do evento por meio de uma delegação composta por três professores, além de filiados da seção sindical que assumiram funções diretivas no escritório regional do ANDES e no próprio Sindicato Nacional. Para eles, o 61º Conad foi muito rico politicamente (confira o box), por ter feito uma coerente análise de conjuntura a respeito do cenário de instabilidade pelo qual passa o país. Durante o evento, foi atualizado o plano de lutas e apontada a necessidade de unidade dos servidores públicos no enfrentamento dos desafios impostos à classe trabalhadora.

“Saímos da questão mais geral da centralidade da luta e afunilamos para o entendimento de que é preciso gritar ‘Fora Temer’, reafirmando a necessidade da auditoria da dívida e a construção de uma greve geral para barrar as contrarreformas do Estado que vêm sendo impostas pelos governos de conciliação de classes”, afirmou o 1º Secretário do ANDES-SN, Jacob Paiva, acrescentando que este Conad teve “peso político” de Congresso do Sindicato Nacional.

Para Paiva, nem o governo Dilma – que “já não reunia mais condições de tocar suas reformas, usando dinheiro público para o setor privado” – nem o governo interino de Temer são saídas para a classe trabalhadora. “Precisamos intensificar a presença nos espaços de aglutinação da classe trabalhadora e dar maior densidade às ações que queiram derrotar essas contrarreformas. Somente com a unidade da classe trabalhadora, com capacidade de superar algumas diferenças pontuais de como se movimentar numa conjuntura regressiva é que a gente vai poder avançar”, avaliou.

O 1º Vice-presidente do Regional Norte 1 do ANDES-SN, Marcelo Vallina, também destacou a unidade dos trabalhadores como um dos pontos fundamentais para o enfrentamento desta conjuntura regressiva. “O Conad se realizou num momento difícil para o país e para os sindicatos dos trabalhadores em geral. Entretanto, com a aprovação da consigna, ficou claro que devemos evidenciar os pontos que nos unem, não os que nos dividem”, disse o docente, destacando, entre eles, a luta dos servidores contra o ajuste fiscal, contra o governo de conciliação de classes e a favor da auditoria pública da dívida.

Na avaliação de Vallina, só a luta conjunta pode dar “força ao sindicato para deixar a defensiva política e sair ao ataque, no enfrentamento desse brutal panorama de retirada de direitos e avanço do fascismo”. O 1º Vice-presidente do Regional Norte 1 destacou ainda a chegada de novos diretores do Sindicato Nacional e ainda o rico debate sobre respeito às diferenças, como a discussão sobre a questão LGBTT, como avanço para conter a barreira do neoconservadorismo no Brasil. Questionado sobre o tamanho da empreitada que a categoria tem pela frente, Vallina sentenciou. “O desafio é grande”.

Centralidade da luta (aprovada no 35º Congresso, em janeiro/2016): “Defesa do caráter público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação, da valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores, com a intensificação do trabalho de base e fortalecimento da unidade classista com os movimentos sindical, estudantil e popular, na construção do projeto da classe trabalhadora”.

Consigna (aprovada no 61º Conad, em julho/2016): “Fora Temer, contra o ajuste fiscal e a retirada dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e cortes nas políticas sociais. Pela auditoria da dívida pública. Contra a política de conciliação de classe. Rumo à greve geral!”.

Para Ana Lúcia Gomes, representante da ADUA no evento,  o 61º CONAD  contribuiu para atualização do plano de luta docente

Diante da atual conjuntura regressiva, que avanços políticos o 61º Conad propiciou?

“Considerando que o tema central do 61º Conad foi a defesa dos direitos sociais, da educação e dos serviços públicos, o evento se mostrou um espaço de discussão e deliberação entre suas bases e a Diretoria para a atualização e manutenção do plano de luta da nossa categoria, que frontalmente está sendo atacada. No Conad, foram amplamente discutidas as movimentações das forças políticas que se manifestam e constantemente se expressam de forma contrária aos interesses da nossa categoria. Ficou claro também que precisamos nos manter unidos e combativos contra toda a retirada de direitos que ora nos está sendo imposta. Ao meu ver, nosso maior ganho foi a manutenção da disposição de luta que a posse da nova diretoria nos sinalizou em seu primeiro pronunciamento. Percebe-se que o ANDES-SN está muito consciente quanto a tudo que virá, mas com determinação de se manter na luta sempre”.

Fonte: ADUA





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